sábado, 6 de setembro de 2014

Tu podes



Acordo cedo. Muito cedo, se considerarmos a hora em que fui dormir.
E, enquanto preparo o café que talvez me faça esquecer o quão cedo é, olho pela janela. Goste ou não, constato visualmente aquilo que já tinha descoberto com os ouvidos: chove.
E, por um qualquer motivo que ignoro, recordo de todos aqueles dias em que acordei cedo, como hoje, e que, como hoje, constatei que chovia e que isso impedia de concretizar o meu sonho ou projecto. E de todos aqueles dias em que ponderei o valer ou não a pena arriscar pô-lo em prática, vivê-lo, construí-lo. E de todas as vezes que achei que sim e que segui em frente, vencendo.
E, também não sei porquê, lembrei-me de alguns que tive o privilégio de conhecer que tiveram a mesma dúvida e tomaram a mesma decisão. Com o mesmo resultado. E recordei os seus sorrisos no processo ou enquanto mo contavam.
Quaisquer dúvidas que tivesse – e não tinha – se dissipariam com esta simples estatística: as pessoas mais felizes que conheci foram aquelas que arriscaram pelos seus sonhos, aqueles que puseram de pé os seus projectos, apesar das chuvas e dos obstáculos.
E quando fui tomar banho ia trauteando Gedeão:

“Eles não sabem, nem sonham,
que o  sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida

entre as mãos de uma criança.”

By me

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