Naturalmente
que estava lá. Só podia.
E
naturalmente ninguém dava por ela. Com o brilho do consumismo desenfreado, quem
olha para algo que fique acima das montras ou escparates?
Mas
dei eu por ela. Eu e a minha câmara, que “a minha câmara sou eu.”
Depois
fui vê-la, sem enfeites ou artificialismos. Parecendo um tolinho, parado na
balaustrada de nariz e olhos em cima.
E
juro que vi um selenita a dizer-me adeus. Ou isso um fiapo de nuvem a querer
escondê-la e a não conseguir, não sei ao certo.
Fosse
como fosse, lá estava e mais ninguém a viu, p’lo que me pude aperceber. Ainda
tentei mostrá-la a quem passava, procurando um casal de apaixonados p’ra verem
a musa dos namorados. Inconsequente.
Quem
quer olhar p’ros céus quando tem uma nova pecinha de roupa da moda ou vai a
caminho do fast food da ordem?
Nos
centros comerciais as estrelas no céu que ainda existem não passam de pálidos
reflexos do artificialismo das luzes do consumo. Excepto para quem as queira e
saiba procurar.
By me
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