E
pronto! Aí estamos nós (ou está muita gente) a confundir a floresta com a maçã.
E a confundir as regras da democracia em Portugal.
Começando
pelo princípio.
Se
um partido político é um conjunto de pessoas que partilham de um mesmo ideal
político, porque é que a simples mudança de líder fará a diferença?
Ou
será que o tal conjunto de pessoas se subjuga a um líder, independentemente das
opiniões que as pessoas possam ter?
Terminando
no fim.
Quando
os cidadãos são chamados a votar em eleições legislativas, estão a votar em
listas de candidatos a deputado. Apresentadas por partidos, mas candidatos ao
lugar de deputado na Assembleia da República.
O
Chefe do Estado, ou Presidente da República, deverá de seguida ouvir os
partidos com representação parlamentar e convidar alguém para o cargo de
primeiro-ministro.
Este,
formando um gabinete ministerial, deverá apresentar à Assembleia da República
um programa de governo, que terá que ser aprovado.
Em
parte alguma da Constituição da República consta que os eleitores escolhem um
primeiro-ministro. A escolha e nomeação pertence ao Presidente da República e
ponto final.
Claro
que fará sentido que a escolha da personalidade colha a simpatia da maioria parlamentar,
para que o seu programa seja aprovado.
Mas
nada obriga, sequer, que a escolha recaia sobre alguém da maioria no
Parlamento.
O
que aconteceu este domingo, independentemente do resultado, foi uma subversão
das leis vigentes e um atirar de poeira (grossa) para os olhos dos cidadãos.
Indo
mais longe, foi uma verdadeira farsa no uso da democracia.
E
não entendo como alguns dos fundadores da Democracia actual, que redigiram e
votaram a Constituição em vigor, consentiram nisto, colaborando ou tão só
calando-se, permitindo que o embuste sobrevenha.
Por
fim, vergonha última, não entendo como é que os partidos políticos que não estiveram
em causa este domingo estiveram tão calados quanto à verdade da lei eleitoral e
da Constituição.
By me
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