Advogados e juízes
usam aquelas farpelas pretas, que conhecemos ao vivo ou dos filmes. Uma é toga,
a outra beca, mas não sei qual é qual.
O simbolismo de
tal indumentária é o anular a personalidade individual de quem as enverga,
passando estes a assumirem apenas o papel que desempenham no exercício da justiça:
julgando ou representando as partes.
Isto, claro, se
excluirmos os protagonismos que são assumidos fora do tribunal.
De igual modo os
carrascos usavam um capuz. O argumento, neste caso, era de não serem as suas
caras as últimas que os executados viam, já que não eram assassinos mas tão só
executores de sentenças.
Um destes dias
passarei a usar algo de equivalente, mais notório ou não tanto. Um chapéu, uma capa,
mesmo um lenço no pescoço.
Argumentarei, com
isto, que quem ali está a fazer o trabalho em causa não serei eu enquanto cidadão
mas tão só um técnico no exercício de funções e cumprindo ordens. Não sendo
responsável pelo produto final, decidido por quem tem poder para tal.
Hipocrisia ou acto
teatral, naturalmente. Que continuarei a ter vergonha de e muito orgulho noutros.
Por muito que me
mascare, nunca poderei fugir de mim mesmo!
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