domingo, 14 de setembro de 2014

Tâmaras e bolinhos



O que se segue tem mais de uma dezena de anos, nem sei bem quantos.
Fomos em trabalho à embaixada do Iraque. Tratava-se de fazer uma entrevista com o respectivo embaixador e, nas diversas áreas envolvidas, seríamos menos de dez pessoas.
Quando tudo pronto (equipamento, energia, luz, som) e nos preparávamos para iniciar os registos, somos surpreendidos pela chegada da esposa do embaixador.
Trazia ela uma pequena travessa nas mãos e era seguida por um empregado, que vinha empurrando um carrinho com baixela, uns bules e mais umas pequenas travessas.
Fez ela questão de abordar cada um de nós, os profissionais que ali estávamos, oferecendo-nos o que tinha nas mãos: tâmaras cobertas de chocolate (ou recheadas, já não sei precisar).
Argumentava a senhora que havia sido ela a preparar aquele docinho e que, com o resto, seria o nosso lanche antes de continuarmos o trabalho que ali nos havia levado.

Não creio que em nenhuma embaixada de um país dito ocidental a esposa de um embaixador se desse ao trabalho de ir para a cozinha preparar e depois servir um lanche a um grupo de pessoas que, mesmo que a convite, ali estavam apenas para trabalhar.

Não sei o seu nome, lamento-o. Mas mesmo a esta distância, fica aqui expresso o meu agradecimento pela hospitalidade e deferência.

By me 

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