A
facilidade com que qualquer um, nos dias que correm, coloca um livro nas
livrarias e supermercados depende, na proporção directa, da popularidade de
quem o escreve, da actualidade do tema e das vendas que se esperam.
Já
da qualidade do seu conteúdo, forma ou assunto, é pouco relevante.
Procurar
boas obras, de bons autores, alguns contemporâneos, outros “imortais” é, hoje
em dia, tarefa ingrata.
O
caso típico é a fotografia.
Quer
se trate de monografias, que se trate de ensaios, a escassez de obras relevantes
é confrangedora.
Já
o “faça você mesmo” ou o “fotografia para totós” pululam em tudo quanto é sítio.
E já nem quero falar dos erros de física, conceptuais ou mesmo de nomenclatura que
muitos destes têm.
Os
livros hoje são publicados como pão ou bolos: são feitos para se venderem rapidamente
antes que se estraguem.
Um
dos exemplos mais flagrantes foi o ter andado esgotadíssimo anos a fio o “Ensaios
sobre a fotografia”, de Susan Sontag, na tradução portuguesa.
Apenas
alguns anos depois da sua morte, e porque os media fizeram eco do seu trabalho,
lá foram aparecendo nos escaparates. E, mesmo assim, discretos.
O
mesmo se dirá, também, sobre “Ensaio sobre a fotografia”, de Vilém Flusser,
este bem mais filosófico que o outro. Esgotada a edição, não creio que, tão
cedo, exista outra por cá.
Ou
ainda os trabalhos de John Berger ou Joan Fontcuberta. E tantos outros,
caramba!
Os
livros são para a alma como o pão é para o estômago. Só que perduram.
By me
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