terça-feira, 30 de setembro de 2014

Livros e editoras



A facilidade com que qualquer um, nos dias que correm, coloca um livro nas livrarias e supermercados depende, na proporção directa, da popularidade de quem o escreve, da actualidade do tema e das vendas que se esperam.
Já da qualidade do seu conteúdo, forma ou assunto, é pouco relevante.
Procurar boas obras, de bons autores, alguns contemporâneos, outros “imortais” é, hoje em dia, tarefa ingrata.
O caso típico é a fotografia.
Quer se trate de monografias, que se trate de ensaios, a escassez de obras relevantes é confrangedora.
Já o “faça você mesmo” ou o “fotografia para totós” pululam em tudo quanto é sítio. E já nem quero falar dos erros de física, conceptuais ou mesmo de nomenclatura que muitos destes têm.
Os livros hoje são publicados como pão ou bolos: são feitos para se venderem rapidamente antes que se estraguem.
Um dos exemplos mais flagrantes foi o ter andado esgotadíssimo anos a fio o “Ensaios sobre a fotografia”, de Susan Sontag, na tradução portuguesa.
Apenas alguns anos depois da sua morte, e porque os media fizeram eco do seu trabalho, lá foram aparecendo nos escaparates. E, mesmo assim, discretos.
O mesmo se dirá, também, sobre “Ensaio sobre a fotografia”, de Vilém Flusser, este bem mais filosófico que o outro. Esgotada a edição, não creio que, tão cedo, exista outra por cá.
Ou ainda os trabalhos de John Berger ou Joan Fontcuberta. E tantos outros, caramba!

Os livros são para a alma como o pão é para o estômago. Só que perduram.

By me

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