É
verdade que sim! Gosto de fotografar flores e folhas.
Gosto
de ver a suavidade das suas texturas, gosto de registar os seus contornos
trabalhados, gosto de sentir como a luz as atravessa, gosto de constatar como
as suas nervuras se espraiam e desenvolvem.
Agora
é garantido que nunca as fotografo em ambientes controlados! Aquela coisa de
termos a luz como a queremos, de sabermos que o vento não as tira de foco e de podermos
usar o tempo de exposição que entendemos sem que haja imagens tremidas… esse
tipo de fotografias não faço!
E
o motivo é razoavelmente simples: não me entendo dono do universo para poder
decidir quais os seres vivos que devem morrer para meu deleite!
Matar
um animal – mamífero ou insecto – ou uma planta – flor ou folhas – apenas porque
me apetece fazer uma fotografia, numa espécie de orgasmo visual, isso é algo
que me recuso fazer.
Se
as condições o permitirem – luz, terreno, vento, perspectiva, técnicas – lá tentarei
dar um arzinho da minha graça e trazer para casa um ícone daquilo de que
gostei. E, se tiver arte e engenho, será quase tão bonito quanto o animal ou
planta vivo de que gostei.
A
alma também se alimenta. E, ao contrário do estômago, é de coisas vivas e
belas. A morte pouco ou nada tem de belo, mesmo a de uma folha, se for eu a
provocá-la!
By me
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