Diz-se
que é nos momentos difíceis que sabemos quem são os amigos.
Que
é nessas alturas que estala o verniz e em que os falsos amigos o demonstram,
afastando-se ou negando ajuda.
Por
cá vai acontecendo o mesmo e vai-me deixando ficar realmente preocupado.
Que
as observações muito pouco abonatórias que vou ouvindo sobre Romenos,
Ucranianos, Africanos, Brasileiros, Chineses ou Ciganos está a aumentar de
quantidade e intensidade de uma forma assustadora.
A
tolerância e a bonomia que nos tem caracterizado está a estalar, fazendo subir
o tom do “nós e eles” a um ponto que, não sendo ainda perigoso, para lá caminha
com rapidez.
Esquecem-se
esses que vêem nos “eles” o inimigos e responsáveis por aquilo que estamos a
viver, que não foram “eles” que votaram, que não fizeram, que não decidiram,
que gastaram. Tal como se esquecem que “nós” éramos os “eles” ainda não há
muito tempo, noutras terras e noutras línguas, com as malas de cartão, os
bidonville, sendo os trolhas, as porteiras, os varredores…
Mas
o que me assusta acima de tudo é a memória curta sobre o que aconteceu sempre
que as crises sobrevieram e o “nós e eles” foi tónica dominante. Que, para além
das clivagens e conflitos sociais entre “nós” e “eles”, outros houve que não “nós”
ou “eles” que sofreram com isso, por vezes p’la lei da bala.
Convém
nunca esquecer que quando “nós” nos achamos superiores a “eles” haverá sempre
outros para quem nós somos “eles” e que nos farão passar p’lo mesmo!
By me
1 comentário:
"Cloud Atlas"
Em Género, Numero e Grau...
Abraço para ti Jorge!
António Samagaio
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