quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Virtualidades




Numa montra de uma loja de jogos, ilusionismo e ofícios correlativos, vejo isto.
Um jogo de sociedade, que muito joguei enquanto catraio, em família ou com os amigos. Tenho por aqui algures um exemplar, não o de então que se perdeu na voragem do tempo, mas um outro que adquiri há já uns anos valentes.
Difere o meu deste nas tecnologias usadas. Que aqui não se usam notas mas antes cartões electrónicos, como se de cartões de crédito ou débito se tratassem, bem como um aparelho que regista os débitos e os créditos. Muito modernaço!
Mas uma tristeza!
Retira das mãos dos jogadores o dinheiro “real”, usando apenas o “virtual”. Exactamente aquilo que esteve e está na raiz do problema ou crise que agora atravessamos!
Ou, se preferirem, uma forma de retirar da prática infanto-juvenil o dinheiro palpável, levando os pequenos integralmente com “faz-de-conta”. E farão eles também na vida real, de conta que têm dinheiro ou valores, ultrapassando nos seus gastos o que têm ou são.
Disse-me o empregado da loja que, apesar de concordar com os meus argumentos negativos sobre o jogo, as crianças gostam porque imitam os pais.
Está em saldo, nesta loja. Por metade do preço, o que significa que com vinte e tal euros se compra. Só não me disse o empregado se com dinheiro real se com valores fictícios.
E é com estas virtualidades de valores que vamos formando os jovens. Mas não se esqueçam aqueles que agora concebem e vendem o virtual, que num amanhã, não tão distante quanto isso, necessitarão de atenções e cuidados bem reais!


By me

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