quinta-feira, 2 de junho de 2016

Prazeres



A fotografia tem uns anitos e o texto também.
Mas é tão verdade hoje quanto o era então, quando o escrevi.
Para o contextualizar, à época eu fazia o papel de fotógrafo à-lá-minuta no jardim da Estrela, oferecendo as fotografias que me pediam para fazer.
Foi um projecto que durou três anos, com pouco mais de mil e duzentas imagens assim feita.

“Difícil mesmo é fazer com que as pessoas entendam que há coisas na vida que se fazem pelo prazer de as fazer. Tão só e apenas pelo prazer!
Que todo o resto que lhe possa estar associado pode ser secundário. E que não tem que ser, obrigatoriamente, por dinheiro.
No Jardim da Estrela perguntam-me porque ofereço as fotografias.
Encenando um pouco, acabo por dizer que se trata de um estudo sobre fotografia e, se insistirem muito, atiro-lhes com um ou dois nomes pomposos, acabados em –gia. E acrescento que não vivo daquilo, quando não já teria morrido de fome.
Houve mesmo quem me perguntasse em que universidade estava a fazer o mestrado ou doutoramento, para ali estar, assim, a fazer aquilo para estudar.

Há quem não entenda que o “saber” pode ser um prazer e que a aprendizagem também o é. E que se juntarmos a isso um outro prazer, no caso a fotografia, então as coisas acontecem pelo prazer, tão só e apenas pelo prazer.”

By me

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