sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Sem título
José Alberto Carvalho e Judite de Sousa, director e directora adjunta da RTP, estão de saída para a TVI. Redacções estão apreensivas.
Depois das contratações entre canais na área da programação, chegou a vez da área da informação. José Alberto Carvalho e Judite de Sousa, director e subdirectora de informação da RTP, já deram o sim à TVI e vão formar a nova equipa directiva do canal de Queluz após o anúncio da saída de Júlio Magalhães da direcção de informação da estação.
Ontem, José Alberto Carvalho dirigiu, como habitualmente, a reunião semanal de planeamento com os editores e coordenadores das várias secções, tendo confirmado aos presentes que tinha sido convidado para a TVI e que estava inclinado a aceitar o convite. À noite chegou a confirmação oficial da saída sobre a qual se especulava: "O director de Informação da RTP e a directora adjunta apresentaram hoje a demissão da empresa". Os jornalistas ponderavam há alguns dias os convites e ontem tomaram a decisão, que já era do conhecimento de várias pessoas na RTP, apurou o PÚBLICO.
Com eles pode também ir Maria José Nunes, directora adjunta de meios de produção da RTP e ainda outros profissionais do canal público. A contratação de José Alberto Carvalho e de Judite de Sousa, duas das caras mais populares da informação televisiva e imagem de marca do canal público, vem engrossar as trocas de personalidades televisivas que mudaram de casa: Fátima Lopes trocou a SIC pela TVI no Verão passado e Júlia Pinheiro voltou em Janeiro à SIC, de onde saiu em 2002, depois de seis anos na TVI. E Manuela Moura Guedes, que protagonizou uma das mais polémicas saídas da TVI, assinou com a SIC para um programa na área de informação que Carnaxide ainda não anunciou quando vai começar.
Marcada por uma informação mais popular, no meio poucos arriscam falar sobre o que pode significar agora a contratação de José Alberto Carvalho e Judite de Sousa pela TVI. Mas fala-se de uma possível mudança de paradigma na informação em Queluz, à imagem daqueles que serão os novos responsáveis das notícias da estação.
Isto depois de ter sido anunciado que Miguel Paes do Amaral fechou a compra de 10 por cento da participação da Prisa no grupo da TVI, por mais de 34,9 milhões de euros. O empresário, que vendeu a participação no grupo da TVI em 2007, volta assim a Queluz, sendo que é conhecido o confronto que tinha com Manuela Moura Guedes, na altura na direcção de informação.
"Acredito que há vontade de mudar de paradigma. Havia ali uma tendência "tabloidesca". Era preciso fazer alguma coisa. Paes do Amaral defendia já que isso não era preciso numa estação que já era líder", lembra o crítico de televisão Jorge Mourinha.
"Agora que José Eduardo Moniz já não está na TVI, essa mudança tem toda a lógica se o canal quer ser competitivo na informação. E tinham de ir buscar alguém de fora", acrescenta Mourinha, para quem "entre a RTP, que é líder na informação, e a SIC, que construiu uma imagem de credibilidade, era a TVI que tinha de mudar".
Na TVI ainda não foram comunicadas as novidades à redacção. Anteontem, o Conselho de Redacção reuniu-se, tendo emitido um comunicado onde mostra preocupação com a actual fase de instabilidade.
Já na RTP, a perda de dois operacionais que eram não só imagem da estação como eram decisivos nas principais decisões da redacção, também é vista com apreensão. A solução para preencher o vazio deixado passará, para já, pelos subdirectores José Manuel Portugal, Luís Costa e Miguel Barroso, que assumem interinamente.
A informação da RTP, nomeadamente o histórico Telejornal, um dos mais antigos programas da televisão portuguesa, é líder de audiências no segmento (ver gráfico ao lado). Já a informação da TVI disputa o segundo lugar na audiência com a SIC, canal que tem como imagem de marca a informação e que é líder no segmento mais desejado pelos responsáveis comerciais: nas classes mais altas e na faixa etária 25-54, com mais poder de compra.
Texto: in Público.pt
Imagem: by me
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1 comentário:
Pela postura que conheci da "prima donna", calculo que a sua saída esteja a suscitar, na "Técnica", "hurras", felicitações mútuas e lançamento de foguetes! Não?
Duarte Bispo
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