sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Quando eu for grande



Quando eu era pequeno, pequeno mesmo, queria ser Presidente da República.
Tinham-me dito que era a figura mais importante que havia e que mandava no país. E como eu tenho a mania das grandezas…
Depois quis ser veterinário. Foi uma ideia que se manteve durante algum tempo, tendo mesmo chegado a ser alcunha. Os garotos são terríveis mas, no caso, sempre o encarei como um elogio e nunca como insulto.
Mais tarde e mais crescido, quis ser oficial de comunicações da marinha mercante. Foi uma decisão bem mais ponderada e que reflectia um projecto de vida. Que nunca se concretizou, que fui chumbado (e merecidamente) no exame de admissão à escola Náutica.
Hoje sou o que sou e, mais que querer ser no futuro, quero ser no presente.
Mas se alguma vez quiser ser alguma coisa quando for grande, acho que quero ser “gestor público”.
O céu é o limite no que respeita a remunerações, basta terem um qualquer diploma e as simpatias certas para ocuparem o lugar e não sei de nenhum que, em tendo deixado de o ser, tenha ido para pior. A menos, claro, que não tenha sabido fazer as coisas, mas são casos raros.
Não tem dúvidas: Gestor Público é o que quero ser quando for grande!
Leia-se o artigo do Jornal Público:


“Os projectos de lei do BE, do CDS e do PCP que propunham limitações nas remunerações dos gestores públicos foram chumbados no Parlamento com os votos contra do PS e PSD.
Só dois projectos sobreviveram à reprovação deste pacote legislativo: o projecto de resolução das deputadas do Movimento Humanista (eleitas pelo PS) e um projecto de lei do CDS que obriga ao envio para a Assembleia da República de informação sobre as remunerações dos gestores públicos.
O PSD justificou o voto contra com o argumento de que os projectos “só trariam mais problemas”, segundo Miguel Frasquilho. O vice-presidente da bancada defendeu que não se pode olhar para as remunerações “por si só” e lembrou o caso de Paulo Macedo, gestor bancário que no Governo PSD/CDS foi contratado para director-geral dos impostos com um salário muito polémico.
O único projecto de lei viabilizado pelo PSD foi um do CDS que consagra na lei uma obrigação que tinha ficado estabelecida no Orçamento do Estado de 2011 e que ainda não foi cumprida: o envio para o Parlamento de um relatório com a remuneração dos gestores públicos.


E, já agora, recorda-se onde fez a cruzinha nas últimas eleições para a Assembleia da República?

Texto e imagem: by me

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