sábado, 26 de fevereiro de 2011
O botão
Já não se usa. Qualquer telemóvel faz o mesmo ou melhor, que em ligando para uma central, a distribuição de meios em função do pedido de socorro é bem mais eficaz. Em principio.
Mas no velho quartel de bombeiros da estrada de Benfica, agora com funções sociais para a corporação, que o quartel, bem melhor equipado, se mudou ali para os lados do Colégio Militar, ainda resta este botão.
Não creio que activo, que não para as nossas memórias.
E aqueles homens e aquelas mulheres, ao dormirem nas camaratas do quartel, sempre a desejarem não serem acordados a meio da noite, que pior que o sono interrompido era saberem que o eram porque alguém estava em desespero, quantas vezes de vida.
Sobra o botão na parede do velho quartel. Até que a ambição dos especuladores o assaltem sem quartel e o transformem num qualquer complexo de escritórios ou “loft” privado, com squash, piscina, bonitas vistas sobre a serra de Monsanto, mas sem memória ou história.
Texto e imagem: by me
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