“… O Sindicato da Hotelaria do Norte considera que a criação de uma lista negra de clientes dos estabelecimentos nocturnos seria um "precedente grave" e uma medida anticonstitucional. Uma posição em forma de comunicado e que reforça a opinião das associações de consumidores e de constitucionalistas. …”
Este é um pedaço de um artigo que consta de um jornal diário de hoje. Aliás, é tema de artigo em dois diários on-line.
Mas, confesso, não sei muito bem o porquê desta polémica. Senão, vejamos alguns exemplos práticos do dia-a-dia:
Existe um museu, em Lisboa, onde só é possível entrar depois de se passar por um pórtico detector de metais e de, na recepção/portaria, se deixar o que quem lá está considerar “não adequado” ao local.
Existe um museu, em Lisboa, que condiciona a entrada de sacos e/ou mochilas do seus visitantes ao olhar criterioso dos vigilantes da entrada. A alguns é permitido sem mais, a outros se e só se os respectivos pertences forem deixados na recepção.
Na maioria das gasolineiras, não é autorizada a entrada na zona de conveniência e de pagamentos de combustível a quem estiver de capacete de motorizada na cabeça.
Bares e discotecas há, pelo país fora, que condicionam a entrada de clientes ao aspecto que possuem, impedindo o acesso, por exemplo, a quem calce sapatilhas ou chinelos.
Noutros bares ou discotecas, é restringida a entrada pelo número ou género, não sendo admitidos clientes do sexo feminino que queiram entrar sozinhas.
Há restaurantes, poucos mas alguns, de altos preços, que sugerem aos seus comensais masculinos, o uso de gravata. E, para quem não a tiver consigo, emprestam uma na altura.
Já se encontram dependências bancárias onde existem, bem visíveis, sinais de proibição de uso de capacete de motociclo.
Quem quiser viajar de avião, doméstico ou internacional, ou de camioneta internacional, terá que se identificar com BI, sob pena de ver recusada a venda do bilhete.
Eu próprio corro o risco de ver vetada a minha entrada em alguns locais a menos que retire o chapéu e óculos, sendo que, ainda assim, ponho dúvidas do que me acontecerá no interior desses estabelecimentos.
Posto isto, qual o mal de se restringir o acesso a bares e restaurantes a desordeiros constantes de listas e bases de dados de interdições? Não está o “Big Brother” a implantar-se em tudo quanto é lado, vetando e marginalizando quem quer que seja que não respeite os cânones sociais da decência e das formalidades-padrão?
Venham lá essas restrições e todas as outras de que se lembrarem. Porque o caminho que a actual sociedade percorre é, inexoravelmente e em nome de uma tal “segurança”, o do controlo total e da restrição da liberdade individual.
Porque o medo, que aos poucos se vai instalando por cá e por lá, se alimenta também do diferente. Da falta de coragem de se o ser e, por consequência, da marginalização de quem o é.
Texto e imagem: by me
Este é um pedaço de um artigo que consta de um jornal diário de hoje. Aliás, é tema de artigo em dois diários on-line.
Mas, confesso, não sei muito bem o porquê desta polémica. Senão, vejamos alguns exemplos práticos do dia-a-dia:
Existe um museu, em Lisboa, onde só é possível entrar depois de se passar por um pórtico detector de metais e de, na recepção/portaria, se deixar o que quem lá está considerar “não adequado” ao local.
Existe um museu, em Lisboa, que condiciona a entrada de sacos e/ou mochilas do seus visitantes ao olhar criterioso dos vigilantes da entrada. A alguns é permitido sem mais, a outros se e só se os respectivos pertences forem deixados na recepção.
Na maioria das gasolineiras, não é autorizada a entrada na zona de conveniência e de pagamentos de combustível a quem estiver de capacete de motorizada na cabeça.
Bares e discotecas há, pelo país fora, que condicionam a entrada de clientes ao aspecto que possuem, impedindo o acesso, por exemplo, a quem calce sapatilhas ou chinelos.
Noutros bares ou discotecas, é restringida a entrada pelo número ou género, não sendo admitidos clientes do sexo feminino que queiram entrar sozinhas.
Há restaurantes, poucos mas alguns, de altos preços, que sugerem aos seus comensais masculinos, o uso de gravata. E, para quem não a tiver consigo, emprestam uma na altura.
Já se encontram dependências bancárias onde existem, bem visíveis, sinais de proibição de uso de capacete de motociclo.
Quem quiser viajar de avião, doméstico ou internacional, ou de camioneta internacional, terá que se identificar com BI, sob pena de ver recusada a venda do bilhete.
Eu próprio corro o risco de ver vetada a minha entrada em alguns locais a menos que retire o chapéu e óculos, sendo que, ainda assim, ponho dúvidas do que me acontecerá no interior desses estabelecimentos.
Posto isto, qual o mal de se restringir o acesso a bares e restaurantes a desordeiros constantes de listas e bases de dados de interdições? Não está o “Big Brother” a implantar-se em tudo quanto é lado, vetando e marginalizando quem quer que seja que não respeite os cânones sociais da decência e das formalidades-padrão?
Venham lá essas restrições e todas as outras de que se lembrarem. Porque o caminho que a actual sociedade percorre é, inexoravelmente e em nome de uma tal “segurança”, o do controlo total e da restrição da liberdade individual.
Porque o medo, que aos poucos se vai instalando por cá e por lá, se alimenta também do diferente. Da falta de coragem de se o ser e, por consequência, da marginalização de quem o é.
Texto e imagem: by me
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