A
coerência é, provavelmente, a tarefa mais difícil do ser humano.
Em
boa verdade, coerência não é uma tarefa: é uma forma de ser e estar na vida.
É
ter convicções, algumas certezas, muitas dúvidas, e agir em conformidade.
É
ser um só ao longo da vida, em consonância com o que se crê e sabe, tentando
esclarecer dúvidas e, para além de ventos e marés, manter um rumo que se sabe
certo e válido.
É
passar ao largo dos jogos de interesse pessoais, das intrigas e das influências
suspeitas.
É
desprezar as pequenas e as grandes corrupções e ignorar o “dono da chave da
retrete” com os seus poderes mesquinhos.
Mas
é também fazer as cedências justificadas, à luz do que se sabe e crê, definir
prioridades e segui-las, ser tolerante e solidário, considerar que outras coerências
serão tão boas e certas quanto as nossas.
Coerência
não é teimosia. Coerência é encontrar o equilíbrio entre a razão e a emoção,
sem deixar que alguma prevaleça sobre a outra.
Ao
longo da vida tive o especial privilégio de conhecer alguns seres humanos
assim: coerentes. Uns conheci bem de perto, outros mais de relance.
São
os meus heróis e aqueles que uso como modelo.
São
muito poucos, infelizmente.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário