Vi
este livro numa fotografia feita por alguém a quem dou bons créditos no campo
da fotografia. Não falava sobre o conteúdo, mas a imagem dizia-nos que o estava
a ler.
Achei
piada ao título. Do ponto de vista publicitário achei que é muito bom, mesmo
que a humildade seja algo que não consta.
Achei-lhe
tanta graça, aliado ao facto de ser sido mostrado por quem foi, que decidi
comprá-lo. Desde que o preço fosse comportável, claro. Era.
Mas
era algo mais.
Quando
mo entregaram na livraria onde por ele perguntei (e onde ouvi “ainda temos”),
constatei que na lombada constavam as letras GG, logótipo da editora Gustavo
Gili, que me provocaram um sorriso. Ainda estou para ler um livro por eles
publicado que não valha a pena fazer. E este é mais um a justificar esta
opinião.
Escrito
num tom despretensioso, com um tema por página, bem ilustrado com fotografias
de bons fotógrafos, prima por estar orientado para quem quer aprender
fotografia a partir do zero ou quase, possuidor de uma câmara actual, mais
complicada ou não, e sem entrar em profundidades técnicas. Poderia ter como título
“fotografia para totós”, sem insultos para ninguém e útil para todos.
Claro
que peca por, tendo sido originalmente escrito em inglês, estar traduzido para
português do Brasil. Tal como peca por usar o termo “velocidade de obturação”,
ao invés de “tempo de obturação”, bem como outras minudências. E peca por
algumas das opiniões sobre as imagens mostradas serem um pouco manipuladoras.
Mas
ganha por conduzir quem se inicia nestas coisas da fotografia a usar os ajustes
da câmara, mesmo os automáticos, na tentativa de criar satisfação no resultado
final, deixando para mais tarde o aprofundar as questões muito técnicas.
E
ganha, e a muitos outros livros que conheço, por “mandar tentar”, por conduzir
o leitor a interpretar imagens e situações, por instigar a pensar no que se faz
e na ligação “emocional” entre o fotógrafo e o assunto fotografado.
Não
é, seguramente, um livro de aprendizagem perfeito. Com esta classificação só
conheço um, que possuo e que já só se encontra em alfarrabistas internacionais:
“Photographic seeing”, escrito por Andreas Feininger e editado por
Prentice-Hall, New Jersey, em 1973.
Mas
é um daqueles que recomendo, apesar do título. Seja qual for o grau de
conhecimento que se possua.
By me
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