Está um montão de gente, hoje, a falar na eventual
candidatura de uma pessoa à liderança de um partido político.
Por “um montão de gente” entenda-se os membros desse partido,
membros de outros partidos, simpatizantes desse e de outros partidos,
jornalistas e cidadãos que nada têm a ver com partidos.
Esquecem-se todos eles de alguns factos que convém
esclarecer.
Os partidos políticos são entidades privadas. Só pertence a
um partido político quem nele é aceite ou assine uma declaração de fidelidade.
O que acontece dentro desse partido é problema desse partido.
Quem o lidera é escolhido pelos seus membros e militantes, de base ou de cúpula,
sem que os de fora possam ou devam “riscar” o que quer que seja.
O papel de líder de uma partido, seja ele qual for, não é sinónimo
de obvio primeiro-ministro caso o partido ganhe as eleições. O lugar de
primeiro-ministro é ocupado por quem o Presidente da República nomear, a partir
ou não do partido que mais votos obtenha para o parlamento. Por outras
palavras, ao votar-se num partido não se está, por força de lei, a votar num
primeiro-ministro.
O líder de um partido não é o definidor da linha de actuação
do partido. Presume-se que um partido político seja um conjunto de pessoas que
partilham de um mesmo ideal político. Um partido não é uma pessoa.
Posto tudo isto do ponto de vista teórico, vejam-se as práticas.
Um partido que ganhe as eleições parlamentares seguirá as
linhas ideológicas partidárias. Assim, se supondo que se trata de um partido
democrático, seja qual for o líder, as políticas que o partido porá em prática
serão as mesmas, já que baseadas na vontade dos seus membros.
E isto tem-se constatado ao longo dos anos, na alternância
partidária governamental. O partido A segue uma linha ideológica seja qual for
o seu líder, o partido B segue uma outra linha ideológica, seja qual for o
partido.
Em boa verdade, as linhas ideológicas têm-se aproximado entre
o partido A e o partido B, esteja quem estiver nas suas lideranças.
Portanto, postas as questões teóricas e as práticas
demonstradas, para que raio estamos a discutir ou aventar hipóteses sobre a
liderança de um dado partido?
Serão sempre farinha do mesmo saco, dois lados de uma mesma
moeda, seja lá quem for que esteja na caixa.
Talvez que faça sentido, se os Portugueses querem alterar de
facto algo neste país, modificar opções eleitorais. Porque do partido A, do
partido B ou mesmo do partido C já sabemos o que vem. E não tem sido nada de
bom, caramba!
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário