quarta-feira, 28 de maio de 2014

As duas faces



Está um montão de gente, hoje, a falar na eventual candidatura de uma pessoa à liderança de um partido político.
Por “um montão de gente” entenda-se os membros desse partido, membros de outros partidos, simpatizantes desse e de outros partidos, jornalistas e cidadãos que nada têm a ver com partidos.
Esquecem-se todos eles de alguns factos que convém esclarecer.
Os partidos políticos são entidades privadas. Só pertence a um partido político quem nele é aceite ou assine uma declaração de fidelidade.
O que acontece dentro desse partido é problema desse partido. Quem o lidera é escolhido pelos seus membros e militantes, de base ou de cúpula, sem que os de fora possam ou devam “riscar” o que quer que seja.
O papel de líder de uma partido, seja ele qual for, não é sinónimo de obvio primeiro-ministro caso o partido ganhe as eleições. O lugar de primeiro-ministro é ocupado por quem o Presidente da República nomear, a partir ou não do partido que mais votos obtenha para o parlamento. Por outras palavras, ao votar-se num partido não se está, por força de lei, a votar num primeiro-ministro.
O líder de um partido não é o definidor da linha de actuação do partido. Presume-se que um partido político seja um conjunto de pessoas que partilham de um mesmo ideal político. Um partido não é uma pessoa.

Posto tudo isto do ponto de vista teórico, vejam-se as práticas.
Um partido que ganhe as eleições parlamentares seguirá as linhas ideológicas partidárias. Assim, se supondo que se trata de um partido democrático, seja qual for o líder, as políticas que o partido porá em prática serão as mesmas, já que baseadas na vontade dos seus membros.
E isto tem-se constatado ao longo dos anos, na alternância partidária governamental. O partido A segue uma linha ideológica seja qual for o seu líder, o partido B segue uma outra linha ideológica, seja qual for o partido.
Em boa verdade, as linhas ideológicas têm-se aproximado entre o partido A e o partido B, esteja quem estiver nas suas lideranças.

Portanto, postas as questões teóricas e as práticas demonstradas, para que raio estamos a discutir ou aventar hipóteses sobre a liderança de um dado partido?
Serão sempre farinha do mesmo saco, dois lados de uma mesma moeda, seja lá quem for que esteja na caixa.

Talvez que faça sentido, se os Portugueses querem alterar de facto algo neste país, modificar opções eleitorais. Porque do partido A, do partido B ou mesmo do partido C já sabemos o que vem. E não tem sido nada de bom, caramba!

By me

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