Confrontados
com o fazer de uma fotografia, no campo técnico há sempre duas abordagens possíveis:
“Eu preciso de “….” para fazer isto!” e “Como é que posso fazer isto com o que
tenho?”
A
abordagem generalizada é a primeira. A sociedade de consumo em que vivemos
instiga-nos a ter, ter, ter, sempre como o argumento que isto ou aquilo nos
permite viver melhor, com menos esforço e com mais status. Uma objectiva rápida,
de grande recorte, processador na câmara rápido e com excelentes algoritmos, um
sensor fiável e rigoroso… E depois outra objectiva, mais potente ou de maior ângulo,
e mais “aquele flash”, e o tripé certo para aquela situação…
Na
prática o que acaba por acontecer é que o carrego é enorme e a preocupação com
a opção técnica é tão grande que o resultado será tecnicamente certo mas…
A
segunda opção é mais criativa. Confrontados com uma dada situação, encontrar a
solução adequada ou satisfatória com a objectiva que se tem no local, a câmara que
trazemos, o jogar com a luz disponível, nossa ou existente… este encontrar
soluções redunda, do meu ponto de vista, bem mais satisfatório no acto de
fotografar que a grande preocupação sobre a parafernália disponível.
Faço
questão de levar alunos ou formandos a este “estádio”: sugiro-lhes que se
limitem a uma objectiva fixa ou, em alternativa, que se limitem a um dado ângulo
de campo da sua zoom. E se o assunto não cabe, afastam-se ou mostram-no
truncado ou se o assunto fica pequeno aproximam-se ou ajustam o espaço do
enquadramento por forma a evidenciá-lo mesmo desse tamanho. Perspectiva e
composição!
Claro
que a zoom é muito mais prática, uma é mais leve que diversas objectivas e… e
torna-nos preguiçosos! Mental e fisicamente.
Eis
uma brincadeira feita com uma velhérrima 50mm Pentax SMC (35 anos nas minhas mãos),
montada numa Pentax K7, segura apenas com uma mão, enquanto a outra segurava o
caule da flor por causa do vento, feita a meia distância entre minha casa e o
supermercado onde me vou abastecer.
Mais
para quê? Foi com o que saí de casa e seria com isso que o faria, melhor ou
pior.
By me
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