quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013




Vejo, de novo, a discussão sobre a redução de deputados na Assembleia da República.
Que disparate!
É fácil, aos partidos com maior representatividade defender essa solução. Aparenta uma “limpeza do sistema”, uma moralização da actividade política, uma redução de custos. No entanto…
No entanto, ao reduzir o número de deputados está-se, proporcionalmente, a diminuir a representatividade dos partidos ou opiniões de menor expressão. Significando isto que as opiniões minoritárias deixariam de ter voz na “casa do povo”. E não creio que isso seja uma boa prática para a democracia.
Se querem, mesmo, alterar o sistema eleitoral e a forma como o Povo está representado, responsabilizem os deputados perante os eleitores; impeçam as trocas e baldrocas entre os membros do parlamento; proíbam a famosa “disciplina de voto”; Permitam a existência de candidatos e listas candidatas à margem dos partidos institucionais que, em boa verdade, mais não são que entidades privadas.
O parlamentarismo representativo, mesmo da forma como  existe, é um modo de excluir os cidadãos de influírem naquilo que lhes diz respeito: a gestão da coisa pública e a organização da sociedade.
Menos deputados é aumentar o fosso entre legisladores e povo, nas suas diversas sensibilidades e opiniões. Mesmo que delas discordemos.
Ou por isso mesmo!

By me

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