Vejo,
de novo, a discussão sobre a redução de deputados na Assembleia da República.
Que
disparate!
É
fácil, aos partidos com maior representatividade defender essa solução.
Aparenta uma “limpeza do sistema”, uma moralização da actividade política, uma
redução de custos. No entanto…
No
entanto, ao reduzir o número de deputados está-se, proporcionalmente, a
diminuir a representatividade dos partidos ou opiniões de menor expressão.
Significando isto que as opiniões minoritárias deixariam de ter voz na “casa do
povo”. E não creio que isso seja uma boa prática para a democracia.
Se
querem, mesmo, alterar o sistema eleitoral e a forma como o Povo está
representado, responsabilizem os deputados perante os eleitores; impeçam as
trocas e baldrocas entre os membros do parlamento; proíbam a famosa “disciplina
de voto”; Permitam a existência de candidatos e listas candidatas à margem dos
partidos institucionais que, em boa verdade, mais não são que entidades
privadas.
O
parlamentarismo representativo, mesmo da forma como existe, é um modo de excluir os cidadãos de influírem
naquilo que lhes diz respeito: a gestão da coisa pública e a organização da
sociedade.
Menos
deputados é aumentar o fosso entre legisladores e povo, nas suas diversas
sensibilidades e opiniões. Mesmo que delas discordemos.
Ou
por isso mesmo!
By me
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