Já
mudou ligeiramente de sítio.
Se
da última vez que a fotografei estava juntinho a um dos carris, agora
encontra-se mais ou menos a meia distância entre eles.
Suponho
que esta mudança de poiso se deve tão só a alguma deslocação de ar aquando da
passagem de uma composição sem paragem. Mesmo que abrandem ao atravessar a
estação, sempre vão rápidos.
E
começa a ser patusco verificar como este chinelo ou sandália se vai aqui mantendo,
heroicamente, apesar das limpezas periódicas a que a brita e chulipas são
objecto. Não se será mecânico ou manual, que nunca assisti, mas o certo é que
os detritos “gentilmente” arremessados para a linha são recolhidos: jornais, garrafas,
canetas, rolhas, pontas de cigarro, embalagens variadas, lenços de papel…
Contra
tudo e contra todos, esta sandália mantém-se aqui, na linha três da estação do
meu bairro, desde 16 de Setembro, pelo menos.
Numa
espécie de desafio ao tempo, às intempéries, à minha curiosidade e aos
profissionais de higiene da ferrovia.
Olhando
para ela, e vejo-a todos os dias que fica mesmo junto à escada de acesso ao
cais de embarque, pergunto-me se a sua dona já nela terá reparado e que será
feito do seu par.
Se
para outra coisa não servir o aqui assim jazer, servirá para dar asas à
imaginação. E para fotografias quase repetidas. Mas só quase.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário