Eu
sei que sou matreiro. Mas também sou um nico acanhado, quando se trata de pedir
para fazer uma fotografia.
Assim,
aproveito quando a ocasião se apresenta para trazer mais um troféu.
Eram
dois, ele e ela, que por ali andavam meio desesperados, a tentar que lhes
dessem um cigarro.
Enquanto
fumava o meu e matava tempo até ao meu comboio, ia vendo as suas manobras,
fazendo apostas comigo mesmo sobre qual deles me abordaria. Foi ela.
E
ao seu “Dá-me um cigarro, por favor?” retorqui: “Dou. Mas peço algo em troca.”
O
seu ar de espanto era previsível e, antes que perguntasse que queria eu,
disse-lhe que queria fazer-lhe uma fotografia. Hesitou e aceitou.
Enquanto
tirava a cigarreira do bolso e a abria para que tirasse um, ia pensando como
abordar a situação: já era de noite, a minha câmara de bolso não se dá muito
bem com autofocos em muito próximo e com pouca luz… Seria difícil fotografar só
os olhos, como gosto.
Optei
por um retrato mais clássico, com flash e tudo, uma “vertical” como raramente
faço.
Em
a fazendo eu e mostrando-lha, chamou ela o amigo para que a visse também. Não
gostou, disse-mo, do seu nariz, mas que era problema dela. E, pensei eu, o
flash na câmara – que odeio – também não ajudou.
Seguiram
eles p’las escadinhas do Duque acima, bem mais mal agasalhados que o
recomendado, e fiquei eu à espera de embarcar rumo a casa.
Fica
o registo: Patrícia de seu nome, que fez questão de corrigir o amigo e não me
dar o seu “nome de guerra”.
By me
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