Foi
há uns anitos. Estava eu no Jardim da Estrela com a minha câmara de madeira e
no decurso do meu projecto “Oldfashion”, quando sou abordado por uma equipa de
reportagem de vídeo: Um repórter de imagem com o “ferro” ao ombro, uma jovem
com o micro na mão.
Queriam
eles a minha opinião sobre os jardins de Lisboa, a incluir num novo canal
televisivo on-line. Acedi. Não apenas porque tenho opinião e há que ouvir todas
como a cumplicidade de funções levava a colaborar. Além do mais, as novas
iniciativas de comunicação devem ser acarinhadas.
Foi
grande o meu espanto quando, passados dias e em procurando o tal canal
televisivo on-line, me apercebo que se tratava, na verdade, de campanha
eleitoral de Pedro Santana Lopes para as eleições autárquicas. Candidatava-se
ele à câmara de Lisboa.
Não
gostei nem um nico, caramba! Por um lado porque me sonegaram o real objectivo
da reportagem; por outro porque não gosto do candidato nem um pouco; por fim,
nem sequer sou munícipe em Lisboa. Não gostei mesmo!
Pedindo
a opinião a este e àquele, sabedores destas questões, acabei por apresentar uma
queixa por via electrónica junto de vários
organismos: Comissão Nacional de Eleições, Comissão da Carteira de Jornalista e
ERC.
Um
deles, já não recordo qual, entendeu que a coisa configurava crime e enviou o
caso para a Comissão Nacional de Protecção que, por sua vez, o remeteu para o
DIAP, a fim de seguir os trâmites legais. Fui chamado à PSP para formalizar
presencialmente a situação e assinar documentos a ela relativos.
E
a coisa morreu aí! Que, passados uns meses, recebo uma carta do DIAP, formal, a
informar-me do arquivamento do caso. Se bem me recordo do seu teor, diziam-me
nela que, depois de ouvidos os intervenientes (a empresa de vídeo, o director
de campanha e Pedro Santana Lopes) se tinha concluído não haver crime, apesar
de pouco ético e desaconselhável.
Fiquei-me
com o incómodo e desagrado, alguns documentos e a história para contar.
Hoje
sou confrontado com uma notícia no jornal “Diário de Notícias”, onde se conta
que Pedro Santana Lopes ganhou um processo em tribunal contra o grupo Impala,
no montante de 730 mil Euros, por difamação enquanto ele exercia o cargo de
primeiro-ministro. 700 mil por danos patrimoniais e 30 mil por danos morais.
Factos
contados na primeira pessoa e lidos na imprensa.
Quanto
à opinião que tenho da pessoa em causa, do funcionamento da justiça e das relações
do primeiro com a segunda, guardo-a para mim.
Que
corro o risco de ser processado e pagar pesadas indemnizações e coimas.
By me
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