Não
é fácil de me acontecer, mas de quando em vez lá estou eu neste dilema: não sei
qual a palavra certa para usar.
Em
português a que me vem à cabeça é “Pedante”, mas não me soa bem no caso.
Em
seguida recordo dos termos “Snob” e “Dandy” em inglês, velhos de séculos, cujo
rigor no caso não sei como exacto.
Seja
como for, “Dandy” é a que me soa melhor.
Isto
a propósito de alguns jovens (se fossem de origem africana ou cigana, se
vivessem em bairros degradados e se tivessem cometido algum crime, os
jornalistas chamar-lhes-iam “homens” ou “mulheres”) que, tendo “nascidos em berço
d’oiro”, mantêm a contestação própria da sua idade, contra o sistema, a geração
anterior e a situação da sociedade, mas sempre com a dualidade de não contestar
muito para não porem em causa as suas próprias origens e status.
São
genuínos nas suas atitudes, são sinceros nos seus gostos e desgostos, são
honestos nas suas opiniões. Mas debatem-se, talvez que sem saberem, numa
dualidade que os transforma em contestatários híbridos, com opções de vida e de
classe contraditórias.
E
gosto destes Dandys!
Que
se não deixaram formatar por completo p’las origens e educações familiares, que
pensam p’las suas próprias cabeças, mesmo que com emoções contraditórias.
Quando
os tenho por perto faço o que posso, com o activismo da palavra e do exemplo,
para lhes limpar o que reste das imposições familiares, dos tabus sociais, dos
atavismos ancestrais.
Não
é trabalho fácil, que há que abordar devagarinho, sem entrar em demasiado
confronto com algumas ideias ou conceitos quase genéticos.
Mas
é um jogo se subversão ou sedução sócio-política delicioso, que nalguns casos
me proporciona vitórias divertidas e importantes.
Até
porque, e isto nada tem de novo, as revoluções só vingam quando as mentalidades
mudam.
By me
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