Em
olhando, ninguém diria que se trata de um local especial. Mas é!
Uma
ocasião, já lá vão uns anos e no decurso do meu projecto “Oldfashion” no Jardim
da Estrela, sou abordado por uma senhora que quer fazer uma fotografia. Mas não
da forma como eu habitualmente as fazia mas sim junto a esta árvore.
Não
me recordo se havia chovido ou se haviam regado a relva, mas certo é que estava
molhada e que a fotografia foi feita com a senhora sentada num dos bancos. Com
a árvore em fundo.
Feita
foto, ficámos um nico à conversa e ela explicou-me: de quando em vez, quando se
sente menos bem com o mundo e a vida, vem até aqui, senta-se encostada à árvore
(aqui mesmo) e fica de conversa com ela. Quando se afasta vai bem melhor e com
bons conselhos.
Ainda
que possa parecer um pouco estranha a história, acabei por confirmá-la. Durante
o tempo que durou o projecto, várias foram as vezes que a vi descendo a vereda
do jardim, decidida, e ir sentar-se onde mo dissera, aqui mesmo. Meia hora, uma
hora, era o tempo que ali estava, apenas estando, sem ler ou ouvir música.
Apenas estar. Quando depois regressava pelo mesmo caminho, o seu semblante era
bem diferente, para melhor.
Ser
uma árvore, um templo com telhado, um penhasco sobre o mar ou uma câmara fotográfica,
não é importante. O que conta é sermos capazes de encontrar a nossa própria
paz, o equilíbrio connosco e com os demais.
E
nem todos têm a felicidade de descobrir o truque.
By me
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