A
noite está fria. Facto completamente vazio de novidade.
Fria
a ponto de se prever que possa nevar em Sintra, coisa rara.
Fria
a ponto de os poucos que caminham p’la cidade o fazerem rapidamente para
aquecer os pés e fugir da friagem.
Fria
a ponto de não se ver vivalma no acesso superior da estação do Rossio p’las
nove e pouco da noite.
A
noite está fria. Ponto.
No
entanto, e p’la leitura que fiz dos jornais diários on-line, não encontrei
referencia alguma a medidas extraordinárias de apoio a sem-abrigo na cidade.
Nem
referências a iniciativas municipais, nem referências a iniciativas de ONGs,
nem referências a aberturas ocasionais de estações de Metro ou ferroviárias
para os acolher, nada.
Não
sei se as boas-vontades se esgotaram com os sem-emprego, se há intenção de
extinguir esta classe de cidadãos que ensombram o apelo ao turismo, se os que
costumam fazer estes actos de solidariedade decidiram fazê-lo sem alarido. Esta
última opção parece-me muito pouco provável, já que estamos a aproximarmo-nos
de eleições e estes gestos contam votos.
Sorte,
mas sorte mesmo para os que se cobrirão de cartões e pouco mais, é não estar
vento mas tão só uma ligeira aragem.
Esperemos
que a “contagem” matinal seja idêntica à do anoitecer.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário