domingo, 27 de março de 2016

Alusões politico-filosóficas



Sentei-me neste banco de jardim, usufruindo da fresca sombra que proporcionava, com o firme intuito de terminar o último capítulo e meio do livro que tenho tido entre mãos:
“A última imagem (fotografia de uma ficção)”, de Margarida de Medeiros.
Pese embora o assunto seja bem interessante e que nos possa conduzir para outros campos igualmente interessantes, a prosa não é particularmente brilhante, pelo que me fui arrastando no tempo.
Hoje decidi acabá-lo, desse por onde desse. Que, mania minha, odeio deixar um livro em meio.
Estava quase no fim e vi estes dois aproximarem-se. Ainda tentei entabular algum tipo de conversa ou interacção, mas não me ligaram nenhuma e saíram-me do campo de visão. E eu regressei à leitura.
Terminando-o, fiz alguns apontamentos rápidos para consulta posterior e ponderei o seguinte. O local, a frescura comparativa, a tranquilidade a isso convidavam. Entre Descarte e Mark Twain, optei pelo segundo, uma espécie de sobremesa leve depois de uma refeição pesada.
E dei conta do primeiro conto, delicioso por sinal.
Achei que chegava e que haveria de aproveitar a luz que estava bonita. Arrumei a tralha e levantei-me. E foi aí que os vi.
Tinham estado todo aquele tempo a meu lado, como se nada fora, quase que ao alcance da mão. Achei piada e fiz o registo.
Levantaram-se acto continuo e regressaram pelo mesmo caminho por onde vieram, pela mesma ordem e com a mesma velocidade: descontracção absoluta.

Com a minha imaginação exacerbada e bem alimentada pelo que acabara de ler, perguntei-me se não teria sido uma versão alfacinha do episódio recente com Bernie Sanders num comício americano.

By me 

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