sábado, 25 de abril de 2015

Truques e brincadeiras







Para os que gostam de experimentar diferente, fazendo do velho novo, abordar técnicas que, sendo de antanho, estão na moda e usando um toque de modernidade, aqui fica:

Uma brincadeira já com uns anitos.



Sacrifiquei uma tampa de corpo, da qual retirei um bom pedaço do seu centro.

Recortei um pedaço de cartolina preta com o tamanho e forma exacta para caber no exterior da tampa. Bem no seu centro, um orifício com meio a um centímetro de diâmetro. A necessidade da cartolina prende-se com o facto de o nome da marca estar gravado em relevo na tampa, comprometendo a geometria do sistema.

Cobrindo o orifício, um pedacinho de papel de alumínio, no centro do qual se faz o clássico minúsculo buraquinho com a ponta de uma agulha ou alfinete.



E pronto!

Com um nico de habilidade e engenho temos uma câmara pin-hole moderna, com resultados digitais.

O seu nome técnico é, como alguns saberão, “estenopeica”.

A imagem formada é, tal como com uma objectiva convencional, real, invertida e menor que o objecto fotografado.

As vantagens deste método, no lugar da clássica caixa ou lata e suporte argêntico, serão:

O imediatismo da coisa. Poderemos ver, “na hora” o resultado e fazer correcções;

Um razoável controlo de exposição. Nas câmaras que permitam uma medição e funcionamento TTL com objectivas manuais e antigas, bastará fazê-lo que teremos o tempo de exposição em função do diâmetro do orifício (sempre minúsculo naturalmente) e da distância a que se encontra do sensor (I=1/D², a velha fórmula vital em tanto na imagem e luz);

A possibilidade de variarmos o ângulo de visão sem grandes transformações. Para quem não gostar do ângulo conseguido com o sistema descrito e mostrado e quiser ângulos mais apertados, bastará afastar o artefacto construído, usando para tal um anel de extensão para “macro” ou um fole com o mesmo objectivo. Os parâmetros de exposição alteram-se naturalmente, mas obtêm-se assim uma “teleobjectiva”.

A sugestão óbvia, mesmo que em dia de sol intenso, é recorrer a um tripé, já que terão poses longas.



O resultado?

Este é um dos que obtive quando andei a “brincar” com o sistema. A qualidade depende do diâmetro do orifício, do papel de alumínio usado e da perfeição e regularidade nos seus bordos com que o orifício seja feito. Na altura decidi melhorar o sistema que fiz e a qualidade resultante, mas… já sabem como é: aquilo que guardamos para depois tarde ou nunca acontece.

Para quem se quiser entreter, os testes de construção e criação do orifício podem ser feitos em casa, testando pela janela e em dia de sol, e o conjunto guardado numa caixinha que se arruma num qualquer compartimento do saco da tralha.

Divirtam-se e aproveitem os dias de sol que se aproximam.

By me

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