terça-feira, 14 de abril de 2015

Just for the fun - no comboio





De cada lado da coxia há lugares sentados aos pares de frente e de costas para o sentido da marcha.

E se logo nas primeiras estações, em hora de ponta, ficam todos ocupados, quando se entra no percurso final vão ficando vazios. Aos pares ou um a um, conforme calha.

Ficámos seis: dois de um lado, lado a lado, quatro do outro.

De entre nós um ia lendo um livro, de bolso, com as páginas voltadas para trás; outro ia agarrado a um estojo de guitarra portuguesa; três iam entretidos com os seus telemóveis, suponho que com jogos ou nas redes sociais; um ia observando o que ia acontecendo.

Quem ia lendo um livro era o mais velho de todos. Pela escrita e caracteres, mesmo que à distância, deduzi que fosse oriundo de algum país do leste europeu.

O mais novo, com uns 16 ou 17 anos, era quem segurava a guitarra. Sei que era uma guitarra porque, suspeitando, perguntei-lho. Que sou abelhudo. Mas, apesar de ter respondido, não parecia estar para grandes conversas, pelo que o paleio ficou-se mesmo só por isto.

Os outros… bem, nem me atrevi a questionar qual o uso que estavam a dar. Nos tempos que correm, é mais fácil responderem sobre qual a cor da roupa interior que trazem vestida que sobre o que estão a fazer com o smartfone.

Quanto a mim… não me apetecia continuar a ler o livro que trago nem me apetecia escrever, pelo que me fiquei com uma das coisas mais divertidas de fazer para matar o tempo num comboio: observar o que me cerca. 

By me

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