terça-feira, 1 de julho de 2014

De manhã p'la janela



Quando acordei, o meu primeiro contacto com o mundo exterior foi auditivo.
A luz que entrava p’la janela pouco dizia mas também pouco esperava que dissesse: era cedo. A pele também não me elucidava: nem frio nem calor. Mas o som, esse, foi esclarecedor.
Àquela hora ouvem-se os carros que saem do remanso do bairro dormitório em direcção à azáfama laboral, algures distante. Ouvem-se os motores (os aceleras a esta hora ainda dormem) e ouvem-se os pneus no asfalto.
Este último som foi bem claro na indicação do grau de humidade do alcatrão.

E fiquei a perguntar-me se, sendo dia um, primeiro do mês, se este seria de Julho ou de Outubro.

By me 

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