sábado, 26 de julho de 2014

De manhã, a memória



Volta e meia, quando estou menos “inspirado” logo de manhã, recorro aos arquivos para manter o fluxo de publicações. Ou “copy/past” ou como dica para algo de novo. Foi o caso hoje.
Tratei esta fotografia e deixei-a pronta para publicar. Mas achei que seria pouco. Ela mesma ou o que em torno dela encontrei para dizer. E fui aos arquivos do que tenho publicado.
Tropeço numa crónica, já com uns oito anos, que, por si mesma, nada tem de especial. Comportamentos positivos e solitários de terceiros que, a troco de coisa alguma e apenas porque lhes apeteceu, fizeram algo por desconhecidos. Por si mesma nada tinha de muito especial.
O que me despertou a atenção foi um comentário então deixado feito por um compincha da net, com quem estive uma meia dúzia de vezes.
Tornou-se ele uma referência no meu próprio percurso. As suas fotografias, as suas opiniões e saber sobre a vida, as interacções, a pedagogia, a filosofia, as políticas praticadas e anunciadas… Os seus textos e comentários, mesmo que pontualmente dele discordasse, eram sempre para serem lidos ou ouvidos com atenção e pensados com convicção.
Morreu, há uns meses.
A logística da distância dificultou a minha presença nas exéquias, tal como nas homenagens que a sociedade em que se inseriu lhe prestaram e prestam. Mas, e ao mesmo tempo, simplificou-me a vida.
Que não estive naqueles momentos pungentes das despedidas para sempre, que marcam e cuja memória, por vezes, se sobrepõe ao que de facto foi importante na sua vida.
Egoísmo, talvez.

Hoje, em olhando para o arquivo, tropeço num comentário seu. Este é um pedacinho:
“Uma das técnicas mais conhecidas de condicionamento é reforçar os comportamentos adequados, premiando-os.”

Muito egoisticamente guardo para mim o seu nome.



By me

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