segunda-feira, 8 de julho de 2013

Sem cravos, desta vez



Acredito que todos nós, nesta ou naquela fase da vida, já fomos confrontados com perguntas que nos embaraçam. Na infância, na juventude, na vida adulta.
Aquelas perguntas para as quais sabemos a resposta mas que temos vergonha em a dizer, porque nos comprometem, porque demonstram, em demasia, as nossas fragilidades e defeitos.
Foi o caso.
De conversa com um casal britânico de turismo por cá, e sobre a actual situação do país, perguntou-me ela:
“E, para além de protestarem na rua, com cartazes e palavras de ordem, que mais tencionam fazer para mudar o estado de coisas?”
Titubeei. Que é não muito consentâneo com a minha forma de pensar, a frio, afirmar que só vejo como solução o apelo à violência. Que não vejo na classe política no poder, ou em perspectiva de o assumir, soluções aceitáveis que resolvam seriamente o que se vai passando.
Que o tempo urge para os que não comem, para os que não se tratam, para os que perdem anos de vida nas escolas, para os que aguardam por decisões dos tribunais, para os que não têm futuro para ter filhos.
E, que enquanto os cidadãos de batem com estes e outros dramas, os golpes palacianos e as disputas p’lo poder vão-se sucedendo, bem à margem do que acontece nas ruas e nos lares.

O país tem alguns heróis. Uns reconhecidos p’la história, outros escondidos vergonhosamente.

Erguer-se-ão estátuas ao ou aos que usarem eficazmente de balas certeiras. Sem cravos desta vez!

By me

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