domingo, 21 de julho de 2013

Segredo



Num país cada vez mais dependente do que os estrangeiros queiram fazer, turismo incluído, ver os espaços públicos cheios de gente de mapa na mão e com linguajares estranhos é bom p’ro negócio.
Mas acontecer isso no exacto dia em que decidimos dar um passeio turista em terra nacional, é bera.
Espaços ocupados, preferências por loiros ou de lenço pudico na cabeça, câmara e guias rápidos de conversação, se tanto, faz com que usufruir do que pertence ao meu concelho seja tarefa quase impossível.
O negócio gosta, a alma não!
Felizmente sobram alguns truques. Ou segredos. Locais que, aprazíveis que são, não atraem os magotes de gente à procura da fotografia “p’ra mais tarde recordar”, ou alimentar o palato com sensações lusas.
Na “Volta do Duche”, em Sintra, há um assim. Esplanada, só esplanada, com um prato do dia, acrescido de hambúrgueres e cachorros (não garanto se pizzas congeladas), nada que convença em demasia os turistas do costume.
Excepto que há sempre lugar sentado, à sombra, o café é bom, e suficientemente tranquilo p’ra um tipo que queira um nico de calma em dia de folga.
Para além das convencionais mesas e cadeiras de ferro, próprias de qualquer esplanada que se preze, tem umas mesas e bancos de pedra, convidativas a quem traga farnel de casa. Coisa que só os autóctones fazem, claro.
A meio da tarde, e em passando a hora do almoço e antes da da merenda, pouco mais que pombos as ocupam.
Para felicidade dos nativos.


Mas é segredo, não contem a ninguém.

By me

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