domingo, 1 de maio de 2011
Ensaio sobre um martelo
Alguém se atreveria a usar um martelo num relogiozinho destes?
Espero bem que não e muito menos neste mesmo, já que se trata do meu segundo relógio de pulso (nem sei que aconteceu ao primeiro). Um Cauny que, até eu começar a trabalhar, marcou o meu tempo e o atrasado ou não à entrada das aulas ou no cumprimento do horário de regresso a casa.
O martelo? Tem menos quarenta e tal anos nas minhas mãos e comprei-o há uns dias. Numa loja que vende de tudo e também repara relógios, ali para os lados de Benfica. Confesso que fiquei apaixonado por ele, muito antes de o dono da loja, que se entretinha com uma máquina parecida com esta, me mostrar que é como se fosse uma matrioska: o cabo vai-se desmontado e dentro dele sai uma chave dita de precisão, de dentro dela sai outra mais pequena, e ainda outra, e mais uma até que a última necessita de uma lupa para vermos qual a posição certa para acertarmos na fenda do parafuso. Ainda por cima custando pouco mais que um maço de cigarros.
Se me faz falta o martelo? Por certo que não! Não sou relojoeiro nem a minha vista é o que foi em tempos. Mas achei-o tão bonito que não resisti.
Uma daquelas peças que não serve para outra coisa que não seja o prazer de possuir, manusear e ver. Que mesmo um martelo pode ser bonito, que raio!
Texto e imagem: by me
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