terça-feira, 3 de maio de 2011

Mordaça



Foi preciso ler um pequeno artigo, por sinal discreto, no Diário de Notícias, para ficar a saber algo de interesse nacional:
São 17 as forças políticas que se candidatam ao próximo acto eleitoral, sendo que apenas nove partidos e uma coligação o fazem em todos os círculos eleitorais.
O artigo continua com a identificação de quais são os que cobrem todo o território e quais os que não cobrem. E remete para o site da Comissão Nacional de Eleições quem queira saber mais detalhes.

Ainda que de uma forma muito incompleta e presumindo que todos os cidadãos que realmente se interessam pelos destinos do país e pelas próximas eleições têm acesso à internete, isto é serviço público de informação. Tratando todos por igual, tal como definido na Constituição Portuguesa.
Já as estações de televisão entendem-se supra-constitucionais e promovem debates entre as forças concorrentes restritos aos partidos que hoje têm representação parlamentar, deixando de fora todas as outras.
Pergunto-me quem terá atribuído aos directores de informação das estações de televisão o poder de decidir que só estas forças partidárias são relevantes e que as restantes são insignificantes?
Poder-se-ia argumentar que são critérios editoriais e que o tempo de antena é escasso para atender a todas. Admito-o no tocante a notícias e reportagens sobre a actividade partidária e na decisão de quais as actividades que são relevantes e dignas de nota. Afinal temos ainda legalmente, em Portugal, liberdade de informação!
Mas não o admito em tempo de antena organizado e previsto!

Consigo imaginar vários nomes possíveis, todos eles muito feios, para classificar tal atitude. E se aqui não os digo é porque me não apetece tornar a ouvir (ou ser alvo de algo na sequência de o ouvir):
“Cala-te, que tu falas e escreves demais!”

Texto e imagem: by me

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