quinta-feira, 26 de maio de 2011

IVG



Não simpatizo com Pedro Passos Coelho.
Nem como pessoa, que já tive oportunidade de dele estar por perto, nem com o seu modelo de sociedade, nem com as medidas que preconiza para a economia do País.
Mas não fora tudo isto, passaria a não suportar a sua presença que seja, ao saber que quer ou admite que a lei da IVG (vulgo aborto) seja revista.
Não me apetece saber, suspeitar ou mesmo sonhar que poderão voltar os tempos em que um aborto tinha que ser praticado na clandestinidade, em locais sem o mínimo de dignidade ou segurança sanitária.
Não me apetece voltar a encontrar uma mulher sentada na rua, a chorar e em sofrimento e olhar para mim em pânico quando lhe perguntei se queria que chamasse uma ambulância. E não me apetece tornar a ouvir por resposta, como ouvi tinha eu uns 16 anos, que se fosse para o hospital seria detida pela polícia porque tinha acabado de fazer um aborto.
Reavaliar a lei do aborto, tornado a penaliza-lo seria o mesmo que reavaliar a pena de morte, tornando a introduzi-la no código penal ou reavaliar a prática da escravatura, tornando a permiti-la.
Senhor Pedro Passos Coelho: por favor não se estique no que toca a retrocessos civilizacionais. É que corre o risco de alguma dessas medidas ser-lhe aplicada, com efeitos retroactivos.

Texto: by me
Imagem: in Público.pt

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