Quando
acordei, o meu primeiro contacto com o mundo exterior foi auditivo.
A
luz que entrava p’la janela pouco dizia mas também pouco esperava que dissesse:
era cedo. A pele também não me elucidava: nem frio nem calor. Mas o som, esse,
foi esclarecedor.
Àquela
hora ouvem-se os carros que saem do remanso do bairro dormitório em direcção à
azáfama laboral, algures distante. Ouvem-se os motores (os aceleras a esta hora
ainda dormem) e ouvem-se os pneus no asfalto.
Este
último som foi bem claro na indicação do grau de humidade do alcatrão.
E
fiquei a perguntar-me se, sendo dia um, primeiro do mês, se este seria de Julho
ou de Outubro.
By me
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