Os
grandes, os maiores, os mais corajosos, os mais esforçados!
Não,
não me refiro a quem vence os campeonatos de bola, de corrida, de salto ou de
luta. Esses são os mediáticos vencedores uma vez por ano, ou de quatro em
quatro anos. E não são sempre os mesmos.
Refiro-me
aos invisíveis, àqueles que todos os dias fazem aquilo que não queremos ou não somos
capazes de fazer, àqueles que dia e noite mantêm o conforto moderno e burguês
em funcionamento.
Refiro-me
aos que todos os dias, com chuva e frio ou à torreira do sol, ou mesmo quando não
há sol, recolhem os nossos lixos nauseabundos, limpam as sentinas comunitárias,
descem aos esgotos imundos, mantêm as energias nas linhas e as redes a
funcionar, garantem que o pão está feito logo de manhã, conversam no éter com
os solitários e entretêm os insones…
Esses
são os verdadeiros campeões! Que fazem isso uma vida inteira, que garantem que
as pequenas coisas funcionam, mesmo que nunca mencionadas nas parangonas.
Não
têm pódios, não têm hinos, não têm taças. Nem sequer prémios.
Mas
apesar de tudo fazem aquilo que não queremos fazer, uma vida inteira.
São
os campeões da persistência. Que não vemos nem ouvimos excepto quando param ou
quando, com o seu ingrato trabalho, atrapalham as nossas vidinhas confortáveis.
Quando
foi a última vez que, ao passar por um cantoneiro municipal, lhe deu a saudação?
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário