quinta-feira, 31 de julho de 2014

Não!



O conceito de “imposto” é, na sua raiz, cheio de bondade.
Cada um, na medida das suas capacidades, contribuir para o bem comum. Justiça, educação, estradas, segurança, saúde, cultura… faz sentido.
Claro que todos nós, cada um à sua medida, não gostamos de pagar impostos e, também à sua medida, foge disso como o diabo da cruz.
Vai daí o estado, na sua qualidade de cobrador de impostos e gestor da receita daí proveniente, trata de encontrar formas de cobrar e arrecadar tudo quanto pode. E até o que não pode.

Pois surge ele agora com uma ideia que, não sendo nova, parece ir ser posta em prática: cobrar uma taxa sobre as capacidades de armazenamento de informação dos aparelhos digitais. Discos rígidos, pens, tablets, telemóveis… Tal como cobra agora sobre fotocopias.
Diz a notícia, e já antes era esse o argumento, que com isso se irá ressarcir os autores das piratagens e cópias ilegais que são feitas.
Não! Definitivamente não!
Não por questões éticas. Não por questões legais. Não por questões pessoais! Não!
Os pagamentos de impostos ao estado são para o bem comum: todos pagam para que todos deles beneficiem. Pagarem todos os que adquirirem um dado equipamento para benefício exclusivo de uns poucos não é nem ético nem se enquadra no conceito de sociedade em que vivemos.
Considerar que pelo simples facto de se possuir meios de armazenamento de informação implica que se esteja a arquivar dados provenientes de piratagem ou actos ilegais é presumir que todos somos culpados desses actos. O conceito de justiça que vigora na sociedade em que vivemos é exactamente o oposto: defende que todos somos inocentes até prova em contrário.
Não tem cada um de nós que pagar a terceiros para poder arquivar aquilo que nós mesmos produzimos: sons, textos, imagens. Eu, que diariamente produzo imagens e textos, da minha exclusiva responsabilidade e autoria, não tenho que pagar o direito a poder arquivar o que faço. Nem ao estado nem a terceiros.

Não! Definitivamente não!
Esta medida, a ser posta em prática, além de presumir a culpabilidade universal, é mais uma na linha de tentar que todos sejamos simples executantes, sem capacidade criativa ou de originalidade.
Não! Definitivamente não!
Não aceito ser tratado como criminoso não o sendo.
Não aceito ter que pagar ao estado (ou a terceiros) para poder criar o que quer que seja e guardar isso mesmo.

By me

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