O
conceito de “imposto” é, na sua raiz, cheio de bondade.
Cada
um, na medida das suas capacidades, contribuir para o bem comum. Justiça,
educação, estradas, segurança, saúde, cultura… faz sentido.
Claro
que todos nós, cada um à sua medida, não gostamos de pagar impostos e, também à
sua medida, foge disso como o diabo da cruz.
Vai
daí o estado, na sua qualidade de cobrador de impostos e gestor da receita daí
proveniente, trata de encontrar formas de cobrar e arrecadar tudo quanto pode.
E até o que não pode.
Pois
surge ele agora com uma ideia que, não sendo nova, parece ir ser posta em prática:
cobrar uma taxa sobre as capacidades de armazenamento de informação dos aparelhos
digitais. Discos rígidos, pens, tablets, telemóveis… Tal como cobra agora sobre
fotocopias.
Diz
a notícia, e já antes era esse o argumento, que com isso se irá ressarcir os
autores das piratagens e cópias ilegais que são feitas.
Não!
Definitivamente não!
Não
por questões éticas. Não por questões legais. Não por questões pessoais! Não!
Os
pagamentos de impostos ao estado são para o bem comum: todos pagam para que
todos deles beneficiem. Pagarem todos os que adquirirem um dado equipamento
para benefício exclusivo de uns poucos não é nem ético nem se enquadra no
conceito de sociedade em que vivemos.
Considerar
que pelo simples facto de se possuir meios de armazenamento de informação
implica que se esteja a arquivar dados provenientes de piratagem ou actos
ilegais é presumir que todos somos culpados desses actos. O conceito de justiça
que vigora na sociedade em que vivemos é exactamente o oposto: defende que
todos somos inocentes até prova em contrário.
Não
tem cada um de nós que pagar a terceiros para poder arquivar aquilo que nós
mesmos produzimos: sons, textos, imagens. Eu, que diariamente produzo imagens e
textos, da minha exclusiva responsabilidade e autoria, não tenho que pagar o
direito a poder arquivar o que faço. Nem ao estado nem a terceiros.
Não!
Definitivamente não!
Esta
medida, a ser posta em prática, além de presumir a culpabilidade universal, é
mais uma na linha de tentar que todos sejamos simples executantes, sem
capacidade criativa ou de originalidade.
Não!
Definitivamente não!
Não
aceito ser tratado como criminoso não o sendo.
Não
aceito ter que pagar ao estado (ou a terceiros) para poder criar o que quer que
seja e guardar isso mesmo.
By me
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