sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Um novo vizinho
Passei a ter um novo vizinho, na rua de baixo.
Em boa verdade, só o vejo de quando em vez: caso a garagem onde passa o tempo esteja ocupada com lavagem de algum carro (actividade com que, suspeito, seja pago o aluguer do espaço) e se o novo vizinho não estiver a trabalhar.
Estou certo que muitos serão os que não gostam de o ter por perto: recordar-lhes-á algum momento menos bom na vida ou que, talvez, seja nele que farão a última viagem.
A mim, não me aqueta nem arrefenta, excepto pelo invulgar. E o invulgar é a mola que faz usar a caneta ou a câmara.
Mas, e olhando para ele, tenho vontade de pedir ao seu dono que estacione a viatura em alguns locais que conheço ou noutros que não conheço mas que serão fáceis de encontrar.
Que se este carro funerário aí dormisse, ao relento, estaria bem visível para alguns quando de manhã espreitassem pela janela para saberem se chove ou faz sol. E, em dando com os olhos nele, talvez repensassem os seus planos megalómanos ou despóticos para esse dia.
E como nunca se sabe quando virá por nós, depois da inevitável vista da senhora da gadanha…
Texto e imagem: by me
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário