quarta-feira, 30 de abril de 2008

No taxi


É uma daquelas classes profissionais para a qual há que ter queda: taxista.
Horas a fio, solitários na viatura, enfrentando as frustrações mais que documentadas dos restantes condutores, aturando os feitios nem sempre sorridentes ou afáveis dos passageiros… Há que ter queda para isso.
Mas é também uma classe profissional onde vamos encontrar gente da mais diversificada, que estão neste ofício por este ou aquele motivo e que, tal como os barbeiros, engraxadores e outros, têm sempre uma conversa mais ou menos a preceito para os passageiros.
Eu gosto de ficar um pouco a tagarelar com eles e, garantidamente, aprendo sempre qualquer coisa. Ainda que fuja, quase como o diabo da cruz, das que versam futebol, que já me chegam os companheiros de trabalho.
Hoje, episódio vai, episódio vem, entre histórias de vivências como emigrante na Holanda e do seu relacionamento com os polícias de trânsito por lá, acabei por ouvir uma frase feita que me encheu o ouvido. E a alma também.

“Quando ris, o mundo ri contigo, quando choras, choras sozinho!”

Não lhe fixei a cara, que é difícil de fazer sentado no banco de trás da viatura. E esta era quase tão velha como quem a conduzia, sem nenhum dístico especial nem referencia a nenhuma empresa de rádio-chamada.
Mas quase que parece que adivinhava quando, ainda antes de começarmos à conversa, decidi fazer esta imagem.


Texto e imagem: by me (with a phone camera)

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