No constante fazer de imagens do quotidiano, as que são normais, regulares, habituais, vão-se desvanecendo, como papel fotográfico mal fixado, restando delas contornos vagos e imprecisos.
Do que recordo de há 34 anos, para além da festa da revolução por si mesma (o fim da guerra, da censura, da ditadura, da polícia política) ficam as imagens da festa do quotidiano!
Cada dia era um dia, razoavelmente imprevisivel e em que as suas consequências dependiam, em boa parte, do que fizessemos. Não deixávamos o futuro em mãos alheias e intervinhamos, a cada passo, nos que a nós dizia respeito e no que ao colectivo tocava.
Construíamos! Debatiamos! Sonhavamos! Faziamos!
É esse espírito de construção permanente, de almejar mais e melhor e de fazermos por isso (sem esperarmos que outros o fizessem por nós nem para eles passassemos as responsabilidades de tal) que recordo com mais força. São fotografias perfeitamente impressas e fixadas que jamais se desvanecerão. Apesar dos aspectos negativos (que os houve) que aconteceram então e que ainda hoje marcam parte da nossa vida.
No espelho do tempo vejo aquilo que agora faço porque aconteça: intervir na sociedade, estando lá de corpo e alma, melhorando o que de menos bom vamos tendo e celebrando o que de alegre e positivo existe.
Mas quando olho para trás e para o lado, lamento sinceramente que esta atitude interventiva, que então grassava, se tenha desvanecido, qual imagem velha e mal cuidada.
Quando, daqui por 34 anos, olharmos para as imagens deste tempo que vivemos, o que sobrará serão imagens cinzentas ou amareladas, mal fixadas e amarfanhadas.
Por que nesta sociedade, a alegria de ser passou a alegria de ter. E o consumismo dos tempos que correm transforma de um dia para o outro a novidade em velharia, pouco restando para recordar.
As fotografias que então fizemos com a alma repassam no tempo. As que hoje vamos fazendo, porque virtuais e afémeras, não sobreviverão à vertigem das novas novidades para consumir!
Do que recordo de há 34 anos, para além da festa da revolução por si mesma (o fim da guerra, da censura, da ditadura, da polícia política) ficam as imagens da festa do quotidiano!
Cada dia era um dia, razoavelmente imprevisivel e em que as suas consequências dependiam, em boa parte, do que fizessemos. Não deixávamos o futuro em mãos alheias e intervinhamos, a cada passo, nos que a nós dizia respeito e no que ao colectivo tocava.
Construíamos! Debatiamos! Sonhavamos! Faziamos!
É esse espírito de construção permanente, de almejar mais e melhor e de fazermos por isso (sem esperarmos que outros o fizessem por nós nem para eles passassemos as responsabilidades de tal) que recordo com mais força. São fotografias perfeitamente impressas e fixadas que jamais se desvanecerão. Apesar dos aspectos negativos (que os houve) que aconteceram então e que ainda hoje marcam parte da nossa vida.
No espelho do tempo vejo aquilo que agora faço porque aconteça: intervir na sociedade, estando lá de corpo e alma, melhorando o que de menos bom vamos tendo e celebrando o que de alegre e positivo existe.
Mas quando olho para trás e para o lado, lamento sinceramente que esta atitude interventiva, que então grassava, se tenha desvanecido, qual imagem velha e mal cuidada.
Quando, daqui por 34 anos, olharmos para as imagens deste tempo que vivemos, o que sobrará serão imagens cinzentas ou amareladas, mal fixadas e amarfanhadas.
Por que nesta sociedade, a alegria de ser passou a alegria de ter. E o consumismo dos tempos que correm transforma de um dia para o outro a novidade em velharia, pouco restando para recordar.
As fotografias que então fizemos com a alma repassam no tempo. As que hoje vamos fazendo, porque virtuais e afémeras, não sobreviverão à vertigem das novas novidades para consumir!
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