“Olá! Bom dia! Você gosta mesmo dessa música que está a ouvir no seu telemovel em alta-voz?”
“Claro que sim! Qual é a sua?”
“Bem, é que eu não gosto mesmo nada dela e sou obrigado, aqui no comboio, a ouvir o seu “catchapum, catchapum, catchapum” com muito ritmo, melodia imperceptivel e harmonia duvidosa. E como não faz sentido ter que ouvir uma coisa de que não gosto num local onde não é suposto haver música, que tal apagar o aparelhou ou usar de uma invenção já antiga, chamada “aucultadores”?”
Esta é uma conversa inventada. Mas muitas vezes imaginada, nos tempos que correm.
Mas consigo igualmente imaginar a sua continuação, com uns impropérios lançados pelo meu ineterlocutor e seus amigos, eventualmente com uns apelos à ignorancia consubstanciados por uns encontrões e outros mimos de cariz físico.
E não me apetece passar por isso. E também não me apetece continuar a ouvir músicas que me desagradam. Tal como não me apetece mudar de lugar (que paguei) só porque alguém decidiu agredir os demais com os seus gostos musicais. Em tempos havia, mas já foi retirado dos avisos, a interdição de, a par com armas de fogo carregadas e animais, usar aparelhos de TSF nos transportes colectivos. Para os mais novos, fica a tradução: TSF = Telefonia Sem Fios.
Assim, tenho andado com uma ideia alternativa aqui a medrar:
Prescindindo do meu actual telemovel, já velhote, monocromático e monofónico mas quase perfeitamente funcional, comprar outro. Gastar umas lecas e ficar com um que também fizesse fotografia. A ideia seria fazer uma experiências com este método de fotografar, nomeadamente perspectivas, circunstancias de uso, facilidade e discrição.
Mas procurar um modelo que também incluisse um “toca MP3”. Com potente volume de som. Que pedisse meças, e ganhasse, aos que estão agora na moda e nas mãos dos garotos e garotas que se deixam levar pelas inovações dos fabricantes. E que as usam indiscriminadamente, sem respeitos pelos circundantes. E nele colocar uma selecção de músicas por mim escolhida a preceito e para estas situações.
Posso imaginar Wagner, uns Viras minhotos, uns instrumentais escocesses em gaita de foles, umas fanfarras militares ou ainda algumas músicas tradicionais esquimós, tibetanas ou autralianas.
Nem todas serão, certamente, da minha preferncia permanente, que nem sempre estamos com vontade para tais acordes, Mas poderiam competir em dinâmica acústica com as que vamos ouvindo aqui e ali, nos comboios e autocarros, queiramos ou não.
E, confrontado com essas, aproximar-me de quem as toca e ficar a ouvir as minhas. Alto. Bem alto! Porque, na volta, se há o direito de ouvir bem alto, as músicas que se escolhe, então uso dos mesmos direitos onde e como quero.
Estou em crer que acabarei por vencer, pacíficamente, esta discussão sonora. Senão pelo volume e variedade, pelo menos pelo cansaço, já que consigo imaginar muitos mais estilos musicais de que não gostarão.
E, como é sabido, a vingança serve-se fria, neste caso, aos berros!
“Claro que sim! Qual é a sua?”
“Bem, é que eu não gosto mesmo nada dela e sou obrigado, aqui no comboio, a ouvir o seu “catchapum, catchapum, catchapum” com muito ritmo, melodia imperceptivel e harmonia duvidosa. E como não faz sentido ter que ouvir uma coisa de que não gosto num local onde não é suposto haver música, que tal apagar o aparelhou ou usar de uma invenção já antiga, chamada “aucultadores”?”
Esta é uma conversa inventada. Mas muitas vezes imaginada, nos tempos que correm.
Mas consigo igualmente imaginar a sua continuação, com uns impropérios lançados pelo meu ineterlocutor e seus amigos, eventualmente com uns apelos à ignorancia consubstanciados por uns encontrões e outros mimos de cariz físico.
E não me apetece passar por isso. E também não me apetece continuar a ouvir músicas que me desagradam. Tal como não me apetece mudar de lugar (que paguei) só porque alguém decidiu agredir os demais com os seus gostos musicais. Em tempos havia, mas já foi retirado dos avisos, a interdição de, a par com armas de fogo carregadas e animais, usar aparelhos de TSF nos transportes colectivos. Para os mais novos, fica a tradução: TSF = Telefonia Sem Fios.
Assim, tenho andado com uma ideia alternativa aqui a medrar:
Prescindindo do meu actual telemovel, já velhote, monocromático e monofónico mas quase perfeitamente funcional, comprar outro. Gastar umas lecas e ficar com um que também fizesse fotografia. A ideia seria fazer uma experiências com este método de fotografar, nomeadamente perspectivas, circunstancias de uso, facilidade e discrição.
Mas procurar um modelo que também incluisse um “toca MP3”. Com potente volume de som. Que pedisse meças, e ganhasse, aos que estão agora na moda e nas mãos dos garotos e garotas que se deixam levar pelas inovações dos fabricantes. E que as usam indiscriminadamente, sem respeitos pelos circundantes. E nele colocar uma selecção de músicas por mim escolhida a preceito e para estas situações.
Posso imaginar Wagner, uns Viras minhotos, uns instrumentais escocesses em gaita de foles, umas fanfarras militares ou ainda algumas músicas tradicionais esquimós, tibetanas ou autralianas.
Nem todas serão, certamente, da minha preferncia permanente, que nem sempre estamos com vontade para tais acordes, Mas poderiam competir em dinâmica acústica com as que vamos ouvindo aqui e ali, nos comboios e autocarros, queiramos ou não.
E, confrontado com essas, aproximar-me de quem as toca e ficar a ouvir as minhas. Alto. Bem alto! Porque, na volta, se há o direito de ouvir bem alto, as músicas que se escolhe, então uso dos mesmos direitos onde e como quero.
Estou em crer que acabarei por vencer, pacíficamente, esta discussão sonora. Senão pelo volume e variedade, pelo menos pelo cansaço, já que consigo imaginar muitos mais estilos musicais de que não gostarão.
E, como é sabido, a vingança serve-se fria, neste caso, aos berros!
1 comentário:
Ainda vais ser tu o acusado de não respeitar o direito dos outros à viagem em sossego. Acontece sempre assim!
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