As
regras ou normas em estética são tão absurdas quanto um elefante de mau humor
numa loja de porcelana. A estética é uma questão de gosto e cada um tem o seu.
Ponto final.
Claro
que há o “gosto colectivo”, aquilo que a maioria das pessoas gostam. Ou foram
ensinadas a gostar, pela cultura, pelos hábitos, pelo academismo.
E
quando algo se enquadra nesses conceitos de grupo, diz-se que é bom.
No
entanto, tenho para mim que, e para além das questões estéticas, há algo mais
que importa: comunicar.
Se
quando produzo um texto, um filme, um quadro, uma fotografia, e pretendo
comunicar com terceiros, não posso limitar-me a fazer aquilo de que gosto. Tenho
que ir ao encontro dos gostos colectivos. Ou a mensagem incluída não passará.
Claro
que posso sempre optar por fugir dessas normas ou códigos de comunicação e
tentar que o que tenho para dizer se faça ouvir por ser diferente, por não
respeitar normas e cânones e, pela diferença ou surpresa, atingir o meu
objectivo.
Dir-se-á
que a “arte” passa por aqui.
Mas
aqueles que não têm por ambição ser artistas, ou que têm por missão a comunicação
rápida e sem segundas interpretações, precisam de usar os códigos e linguagens
existentes para que do emissor chegue ao receptor.
Eis
como, com dois enquadramentos (colocar dentro do “quadro”) ligeiramente
diferentes, se contam histórias ou estórias diferentes. Não porque algo de
diferente esteja a acontecer mas porque se usaram códigos diferentes numa mesma
circunstância.
Se
num caso a estória está toda contada – eu e um café num balcão de vidro – já no
outro caso a estória é outra, querendo nós saber o que está para além da chávena
e do balcão.
Uma
imagem “fechada” e uma imagem “aberta”, se assim se pode dizer.
Uma
imagem compostinha, convencional, seguindo os cânones, e uma imagem inquietante,
incompleta, quebrando as regras.
Uma
imagem que pouco nos conta mas que satisfaz e uma imagem que incomoda e nos
leva a querer saber mais.
Uma
imagem clássica, de jornal ou escola, e uma imagem rebelde, rapidamente rejeitada
por editores ou profs académicos.
Qual
a melhor?
Depende
sempre de quanto nós quisermos deixar ou não algo à imaginação de quem a vê. E
de quanto quisermos “incomodar” quem a vê.
Qual
a que recomendo?
Ambas,
dependendo sempre daquilo que queremos que aconteça. Mas é importante que
queiramos que aconteça algo!
By me
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