Há
uns dias fui a um fast-food num centro comercial.
Volta
e meia acontece passar por lá. A comida não me surpreende, porque sempre igual,
e acabo por poder concentrar-me na escrita. Cheio ou vazio, nas horas habituais
ou fora delas, desde que tenha espaço para o prato e o caderno ou PC, fico bem.
Desta
feita, ao fim de um pedaço, comecei a ficar incomodado e não sabia porquê. Tudo
parecia normal. Até que, concentrando-me no que me rodeava e não no prato ou
texto, percebi: era a música de fundo.
Trava-se
já de músicas natalícias e o que me incomodava era o facto de serem todas, mas
todas mesmo, músicas natalícias americanas.
Nem
portuguesas, que as há, nem francesas, nem espanholas, nem alemãs, nem
brasileiras… Músicas made in USA, daquelas que nos fartamos de ouvir nos filmes
de natal made in Holywood.
Chateou-me!
Que diabo! Nem o Natal é americano nem eles têm o exclusivo musical da época. E
chamei quem estava a chefiar a sala no momento.
Dizendo-lhe
que imaginava não ser ela (era uma senhora) a responsável pela selecção
musical, seria possível arranjar um outro reportório, onde outras
nacionalidades, a nossa incluída, nos fossem enchendo o ouvido enquanto dávamos
ao dente?
Não
imaginava eu, nunca, a resposta. Recebem eles, todos os meses, a selecção
musical a tocar nas salas, a mesma para todas as salas de todos os restaurantes
do país. E estão interditos de usar qualquer outra que não a constante daquele
CD, mesmo quando estão fechados, antes ou depois do horário de funcionamento. Aquilo
que ouvíamos era o CD vindo da casa-mãe e nada havia a fazer.
Fiquei
com os contactos da casa-mãe que, em tendo oportunidade, lhes direi o que penso
sobre esta americanização musical.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário