terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Bateram-me à porta




Sorte, mas sorte mesmo, tiveram os tipos que me bateram à porta para me venderem serviços de telecomunicações.
É que fizeram exactamente aquilo com que embirro: tocarem a campainha e baterem com os nós dos dedos na porta.
Tenho para mim que esse tipo de tocar à porta é um toque de urgência, querendo dizer: “Vem já aqui que a questão é premente!”
Quando abri a porta atiraram-me com o sorriso número 4 e iniciaram a conversa do costume:
“Olá, boa noite! Nós somos…”
Não lhes dei tempo e perguntei-lhes onde era o fogo e se ainda ía a tempo de ir buscar o balde. Franziram o sobrolho, claro. E expliquei-lhes que essa forma de chamar os potenciais clientes é, no mínimo, agressiva, que não gosto dela e que tinham muita sorte que não tinha aqui comigo o revolver.
Certo! Fui violento! Mas este tipo de coisas faz-me sair do sério e hoje não é, exactamente, um bom dia para eu ter paciência para com as idiotices dos outros.
Ficaram a olhar para mim com cara de espanto, titubearam uma desculpa em que constava o chefe e foram-se. Não antes, claro, de eu mesmo fechar a porta.
Agora imagine-se a cara deles se este pequeno episódio tem sucedido comigo aparecendo ainda com este aspecto. Suponho que, a esta hora, ainda estivessem a correr.

By me 

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