“Estão
na fila para a caixa?”, ouvi eu atrás de mim.
Virei-me
e olhei-a. Demoradamente. Depois o meu olhar desceu para o seu carrinho de
compras. Com todo o vagar rodei e olhei para o meu próprio cesto e para as três
pessoas que, com cestos ou carrinhos, me separavam da caixa registadora.
Olhei
de novo para ela e respondi-lhe com um sorriso:
“Sabe:
viemos aqui para um concurso a ver quem encontrava primeiro alguém que fizesse
perguntas idiotas. Já estávamos a desistir. Felizmente chegou a senhora e eu
ganhei! Quer fazer-me o favor de dizer a estas senhoras a pergunta que acabou
de me colocar?”
Se
eu tivesse vomitado fogo e me tivesse nascido um corno no alto da cabeça não me
olharia ela com mais espanto.
Afastou-se
para a fila do lado, suponho que para fazer a mesma pergunta a quem lá estava.
Mas não quis eu saber de tal e concentrei-me numa garotita que, lá mais longe, me
olhava com ar de quem acabava de ver o Pai Natal.
Supermercados,
num Sábado, feriado, ao fim da tarde, em Dezembro, dá nisto!
Safou-me
mesmo, do desespero total, o fim do dia.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário