Conheci
em tempos uma senhora que concorreu para subir de categoria na empresa em que
trabalhava.
Quando
foram divulgados os resultados do concurso, mostrou-se muito surpreendida, enxofrada
mesmo, porque fora reprovada.
Um
dos seus argumentos seguia esta linha, mais palavra, menos palavra:
“Não
há direito nenhum! Fui chumbada na prova de cultura geral e nenhuma das
perguntas do teste estava no livro de cultura geral que comprei e estudei a
fundo. Não há direito nenhum!”
Se
eu não conhecesse a senhora em causa e acharia que se tratava de uma blague, um
chiste, uma piada seca. Mas acontece que a senhora estava mesmo a falar a sério
e houve uma alma caridosa que a demoveu de recorrer dos resultados.
Vem
isto a propósito a cultura geral não se aprender na escola. Nem vem nos livros.
Eventualmente numa enciclopédia das grandes. Talvez!
É,
assim, natural que os recém formados das universidades e que se encontram em
estágio sofram de uma terrível falta de cultura geral. Que, além de não ser a
cultura geral uma cadeira obrigatória, não tiveram eles ainda tempo para a
aprenderem fora do academismo.
O
que me incomoda mesmo é constatar que nessas escolas superiores não lhes
incutiram a curiosidade para aprender.
Leram
os livros recomendados ou obrigatórios, consultaram apontamentos e sebentas, assistiram
a todas as palestras e fizeram todos os exercícios, mas ficaram-se por aí.
E
mesmo o conhecimento adquirido na net, vasto que é, conduz quem procura
directamente ao que procura, deixando de fora o conhecimento adicional ou dito “supérfluo”.
Acontece
que é esse conhecimento extra, essas pistas inesperadas que conduzem a temas e
saberes insuspeitos, que formam a tal “cultura geral”.
É
que muito mais importante que saber dar as respostas é saber fazer as perguntas.
Tal como é por isso mesmo é que os computadores são estúpidos!
By me
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