Por muita razão
que possamos querer dar a quem faz greve, certo é que, por vezes, a paciência
começa a faltar-nos, face aos incómodos que elas provocam aos utentes dos
serviços afectados.
Foi o caso de
hoje. Em chegando à estação de caminho de ferro, constato que houve uns quantos
comboios que tinham sido suprimidos. Sem aviso prévio e impedindo-me de chegar
a horas ao trabalho. Sabendo-o com antecedência teria resolvido a coisa. Agora
assim…
Questionada, a
funcionária da bilheteira informou-me, com notáveis maus modos, que havia falta
de pessoal. Desculpa esfarrapada, não sei se imaginada por ela se engendrada
pela empresa. Mas não gostei, até porque não me resolvia o problema: chegar a
tempo ao trabalho, para mais sabendo eu da urgência, hoje, de estar lá a horas.
Decidi apanhar um táxi,
alternativa possível para cumprir o compromisso. E, de caminho, levar comigo a
senhora que me havia questionado sobre se estariam de greve, que eu não me
tinha apercebido de tal.
Aceitou ela o
convite, com o aviso meio desculpa de que não poderia pagar. Mas isso não era
questão. Eu viria de qualquer modo e pagaria eu; ela apenas viria (ou não) de
boleia.
Ainda no cais da
estação e, logo a seguir, junto às bilheteiras, avisei que vinha para Lisboa,
pagava eu, e tinha dois lugares disponíveis para quem quisesse aproveitar.
Viemos sozinhos:
eu, a senhora e o motorista. Que ninguém aceitou o convite.
Temos gente a
protestar que os serviços não funcionam! Temos gente a queixar-se da falta de
meios! Temos gente a contestar a falta de solidariedade dos portugueses.
No entanto, quando
confrontados com ajuda, sem que sejam pedidas contrapartidas… encolhem-se. Não sei
por medo se por se saberem incapazes de fazerem o mesmo se as situações se
invertessem.
Por mim, irei
continuar a fazer isto: em podendo jogar a mão a quem esteja em apuros, faço-o.
Tal como tenho vindo a fazer desde que me conheço. Ou quase.
Quanto ao resto,
quem quiser aproveitar a boleia, será bem-vindo com certeza.
By me
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