Olá!
É
sabido a relutância que tenho, e as questões éticas atrás dela, em não
fotografar desconhecidos. Não as vou aqui expor.
Mas
deixou-me bastante desagradado que neste concurso/divertimento chamado “xxxx
xxxxx – retratos” tivesse sido colocada uma fotografia associada a um título. Mais
ainda, que ninguém da administração do grupo tenha feito nenhum reparo à situação.
E muito mais que tantos tenham olhado e gostado da fotografia sem que se
tivesse feito nenhuma observação. A ponto de ter sido a mais votada.
Refiro-me
ao facto de a este bom retrato ter sido ligado o nome de “dealer”.
Chamar-lhe
isto, ou assassino, ou ladrão, ou pedófilo, seria exactamente a mesma coisa.
Por muito verdade que seja este homem, que até conheço e que já fotografei,
passar os dias a tentar vender o seu produto na baixa de Lisboa, de permeio com
óculos, relógios e outros artigos de época.
Fotografar
alguém sem seu conhecimento é mau. Exibir essas mesmas fotografias também sem
seu conhecimento é pior ainda. E estão alguns exemplos disso nesta galeria. Agora
exibir a fotografia de alguém, que ainda por cima se prestou a ser fotografado,
e acusá-lo de um crime é um uso perverso da fotografia.
Gostaria
eu de ver a administração do grupo a pronunciar-se sobre o assunto. Não falo de
censura, o que seria tão mau quanto as fotografias em si mesmas, mas em emitir
opinião sobre a ética do uso da câmara fotográfica e respectiva divulgação do
seu resultado, numa atitude didáctica para com os membros, tentando que a
dignidade do ser humano retratado não seja assim aviltada.
Tanto
a dos fotografados quanto a dos fotógrafos.
Quanto
ao resto, parabéns pela iniciativa e pelo dinamismo que vêm imprimindo a este
grupo.
By me
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