E
pronto!
Com
Dezembro chega o Natal e, com ele, as tradições.
As
tradições da gastronomia, as tradições religiosas, as tradições musicais, as
tradições familiares, as tradições de vizinhança e, também, as tradições
laborais.
Confesso
que essa coisa das tradições me faz um pouco sair do sério. É que as tradições
impõem comportamentos, goste-se ou não deles, e aqueles que não “alinham” nas
tradições são, no mínimo, os chatos da sociedade.
Só
que, caramba, muitas dessas tradições são hipocrisia feita regra, para não lhe
chamar algo de pior. Quando não, vejam-se os jantares de Natal em que se junta
um montão de gente que comunga de algo em comum: laços familiares, emprego,
zona de residência.
Trata-se
de gente que passa um ano inteiro a dar pouco mais que a saudação, também ela
obrigatória, muitas das vezes dita entre-dentes, mais parecendo um resmungo. No
cruzar da rua, no cruzar do trabalho, nos encontros fortuitos de família.
Indo
mais longe, jantares em que alguns dos convivas nem se podem ver durante um
ano, inteirinho, e que naquele festim são obrigados a sorrir e mostrar uma
boa-disposição para com aqueles que, bem lá no fundo, gostariam que estivessem
no fundo do rio.
E,
em acabando o repasto, regressa-se a casa, regougando maldições sobre aquele
que tem o desplante de vir exibir o carro novo, ou falar do descendente que até
é uma peste, ou do aumento de ordenado, ou de quanto gosta do avô, que até nem
visita mas que está quase a deixar a herança…
Entre
risadas falsas e uns copos para animar o tradicional jantar de Natal, lá se
passam aquelas três ou quatro horas, repletas de hipocrisia e olhares de
soslaio.
Por
mim… chega!
De
hipocrisia já bem basta aquela de que não posso escapar, no corrupio do
quotidiano e do que jorra das pantalhas e altifalantes.
Quanto
a fretes natalícios, lamento mas não estou p’ra isso!
By me
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